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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Aécio lidera com nove pontos de vantagem sobre Dilma

Pesquisa ISTOÉ/Sensus mostra que o candidato do PSDB chega à reta final da campanha com 54,6% das intenções de voto, enquanto a petista soma 45,4%.

Pesquisa ISTOÉ/Sensus realizada a partir da terça-feira 21 reafirma a liderança de Aécio Neves (PSDB) sobre a petista Dilma Rousseff nos últimos dias da disputa pela sucessão presidencial. Segundo o levantamento que entrevistou 2 mil eleitores de 24 Estados, o tucano soma 54,6% dos votos válidos, contra 45,4% obtidos pela presidenta Dilma Rousseff. Uma diferença de 9,2 pontos percentuais, o que equivale a aproximadamente 12,8 milhões de votos. A pesquisa também constatou que a dois dias das eleições 11,9% do eleitorado ainda não decidiu em quem votar. “Como no primeiro turno, deverá haver uma grande movimentação do eleitor no próprio dia da votação”, afirma Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus. Se for considerado o número total de votos, a pesquisa indica que Aécio conta com o apoio de 48,1% do eleitorado e a candidata do PT 40%.
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Aécio Neves seria eleito presidente do Brasil se a eleição fosse hoje, afirma Sensus
 
De acordo com Guedes, a pesquisa realizada em cinco regiões do País e em 136 municípios  revela que o índice de rejeição à candidatura de Dilma Rousseff se mantém bastante elevado para quem disputa. 44,2% dos eleitores afirmaram que não votariam na presidenta de forma alguma. A rejeição contra o tucano Aécio Neves é de 33,7%. Segundo o diretor do Sensus, a taxa de rejeição pode indicar a capacidade de crescimento de cada um dos candidatos. Quanto maior a rejeição, menor a possibilidade de crescimento. Outro indicador apurado pela pesquisa Istoé/Sensus diz respeito á votação espontânea, quando nenhum nome é apresentado para o entrevistado. Nessa situação, Aécio também está à frente de Dilma, embora a petista esteja ocupando a Presidência da República desde janeiro de 2011. O tucano é citado espontaneamente por 47,8% dos eleitores e a petista por 39,4%. 0,2% citaram outros nomes e 12,8% disseram estar indecisos ou dispostos a votar em branco.
 
Para conquistar os indecisos as duas campanhas apostam as últimas fichas nos principais colégios eleitorais do País: São Paulo, Minas e Rio de Janeiro. O objetivo do PSDB e ampliar a vantagem obtida em São Paulo no primeiro turno e procurar virar o jogo em Minas e no Rio. Em São Paulo, Aécio intensificou a campanha de rua, com a participação constante do governador reeleito, Geraldo Alckmin, e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. De acordo com as pesquisas realizadas pelo comando da campanha de Aécio, em Minas o tucano já estaria na frente de Dilma e a vantagem veio aumentando dia a dia na última semana. Processo semelhante ocorreu em Pernambuco, depois de Aécio receber o apoio explícito da família de Eduardo Campos e do governador eleito, Paulo Câmara. Os mesmos levantamentos indicam que no Rio de Janeiro a candidatura do senador mineiro vem crescendo, mas ainda não ultrapassou a presidenta. Para reverter esse quadro, Aécio aposta no apoio de lideranças locais, basicamente de Romário, senador eleito pelo PSB, que deverá acompanhá-lo nos últimos atos de campanha. Para consolidar a liderança, Aécio tem usado os últimos programas no horário eleitoral gratuito para apresentar-se ao eleitor como o candidato da mudança contra o PT. Isso porque, as pesquisas internas mostram a maior parte do eleitor brasileiro se manifesta com o desejo de tirar o partido do governo.
 
No comando petista, embora não haja um consenso sobre qual a melhor opção a ser colocada em prática nos dois últimos dias de campanha, a ordem inicial é a de continuar a apostar na estratégia de desconstrução do adversário. Nas duas últimas semanas, o que se constatou é que, ao invés de usar parlamentares eleitos para esse tipo de ação – como costumava fazer o partido em eleições passadas -- os petistas escalaram suas principais lideranças para a missão, inclusive o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a própria candidata. Os petistas apostam no problema da falta d’água para tirar votos de Aécio em São Paulo e numa maior presença de Dilma em Minas para procurar se manter á frente do tucano no Estado.   
 
 
PESQUISA ISTOÉ/Sensus
 
Realização – Sensus
Registro na Justiça Eleitoral – BR-01166/2014
Entrevistas – 2.000, em cinco regiões, 24 estados e 136 municípios do País
Metodologia – Cotas para sexo, idade, escolaridade, renda e urbano e rural
Campo – De 21 a 24 de outubro
Margem de erro - +/- 2,2%
Confiança – 95%

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Aécio: Pela campanha que fez, Dilma 'já é uma derrotada'

Candidato do PSDB diz que ex-presidente Lula "sai menor" da campanha "mais sórdida" desde a redemocratização

Daniel Haidar, do Rio de Janeir, veja

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, concede entrevista coletiva em Belo Horizonte

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, concede entrevista coletiva em Belo Horizonte (Evelson de Freitas/Estadão Conteúdo)

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, reagiu nesta quinta-feira com confiança à divulgação de pesquisa Datafolha em que aparece com 47% dos votos válidos, seis atrás da presidente-candidata Dilma Rousseff (PT). É o primeiro levantamento em que a petista aparece com vantagem acima da margem de erro. Para o tucano, porém, a presidente “já é uma derrotada pela campanha que se permitiu fazer”. 

“As pesquisas servirão de entusiasmo para os companheiros que achavam que a coisa caminhava com naturalidade. A candidata oficial já é uma derrotada independentemente do resultado eleitoral, pela campanha que se permitiu fazer”, afirmou Aécio em entrevista no comitê de campanha do Rio de Janeiro.

Ao abordar os últimos episódios de baixaria contra a candidatura do PSDB, como as mensagens telefônicas enviadas para aterrorizar beneficiários do Bolsa Família e panfletos apócrifos com acusações injuriosas, Aécio ressaltou que é alvo de uma “campanha sórdida e criminosa” promovida pelo PT. “A responsabilidade vai vencer as informações caluniosas e criminosas que vem sendo disseminadas. Quem age de forma tão sórdida não está preparado para a democracia e teme o resultado das eleições. O Brasil não merece ter uma disputa desse nível”, afirmou.

Aécio lamentou a atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que passou a promover atos de campanha para proferir as mais baixas apelações contra o candidato tucano. O presidenciável do PSDB avalia que o ex-presidente termina a campanha “como uma figura menor da política brasileira”

“O ex-presidente Lula sai dessa campanha como uma figura menor da política brasileira. Pelo que ele dizia de outros adversários, essas acusações são elogios, mas apenas o apequenam. É lamentável ver o ex-presidente da República se sujeitando a cumprir esse papel em uma campanha sórdida e criminosa”, afirmou.

Aécio pediu aos eleitores que se vistam com as cores do Brasil no domingo e disse ter certeza de que o “sentimento de mudança vai ser efetivado”. “Nas próximas 48 horas da reta vamos estar com os companheiros mobilizados. O sentimento de mudança vai ser efetivado no dia 26 de outubro”, afirmou. 


Diante da artilharia petista, Aécio pretende se defender de acusações caluniosas, mas promete ficar concentrado na apresentação de propostas até o fim da campanha. Nesta quinta-feira, ele reiterou compromissos com as mulheres e a educação no país. Prometeu manter creches abertas até 20h e garantir em lei que a licença-maternidade seja contabilizada somente a partir da data de alta de recém-nascidos que tenham de ficar hospitalizados.

Os números que o PT gosta de mostrar e os que esconde debaixo do tapete


A turma da campanha petista correu para espalhar nas Redes Sociais os dados da nova pesquisa Datafolha publicada há pouco que mostra Dilma Rousseff seis pontos a frente de Aécio Neves. Enquanto isso, o mesmo grupo esconde a sete chaves dados oficiais sobre miséria, educação, desmatamento e contas públicas. O vice de Aécio, Aloysio Nunes classificou o caso como jogo sujo.

Irmã de Lula critica Dilma e pede voto em Aécio

DHIEGO MAIA, DE SÃO PAULO

Na reta final da campanha presidencial, o candidato Aécio Neves (PSDB) ganhou um apoio improvável. Lindinalva Silva, 58, tomou as redes sociais de Mato Grosso ao protagonizar um vídeo caseiro com pedidos de “consciência” aos brasileiros e votos ao tucano.

Quem é Lindinalva? É meia-irmã (por parte de pai) do ex-presidente Lula. Em entrevista à Folha, diz que seguiu os ensinamentos deixados pelo irmão ilustre para referendar seu posicionamento político nestas eleições.

“Não me sinto incomodada pensando desta forma. Lula lutou pela democracia e liberdade de opinião. Ele sempre deixou claro que não queria forçar nenhum irmão a seguir o que ele acreditava”, afirma.
A escolha em fazer as vezes de cabo eleitoral de Aécio ganhou força, segundo Lindinalva, a partir do desempenho do primeiro governo de Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição.

“Dilma já teve a chance dela. Em quatro anos não fez o que prometeu.”

Lindinalva só diminui o tom da crítica quando analisa a gestão do irmão (2003-2010). “Nunca falei mal do meu irmão porque ele foi ótimo para o Brasil. O problema é que a Dilma não acompanhou o que Lula fez”, afirma.

Lindinalva Silva, 58, irmã de Lula que declara voto em Aécio - Foto de divulgação

Lindinalva Silva, 58, irmã de Lula que declara voto em Aécio – Foto de divulgação

No vídeo, Lindinalva opta por Aécio ao entender que ele seria “o melhor para o Brasil neste momento”.

“Eu não estou pensando em familiar nenhum, mas no Brasil todo, principalmente, nos cristãos”, disse no vídeo que circula na internet.

Lindinalva reside em Cuiabá, a capital de Mato Grosso, desde 1989. Ela se diz evangélica pertencente à Comunidade Pão da Vida.

Afirma que a maior parte dos fiéis de sua igreja tem medo “do comunismo” e que, por lá, “tucanos são maioria”. Para reforçar seu posicionamento, estampa no vídeo a cópia do Decreto 8.243, que ganhou de um pastor.

O decreto, sancionado por Dilma, instituiu neste ano a Política Nacional de Participação Social, que incorporou os conselhos sociais no debate sobre as políticas públicas do país.

A lei, no entanto, é questionada pela oposição que quer sustar seus efeitos legais. “Achei arbitrário”, diz Lindinalva.

NÃO DECOLOU

Lindinalva, a exemplo de Lula, tentou seguir carreira política, mas não decolou no seu primeiro voo.
Em 2012, ela disputou uma vaga na Câmara Municipal de Cuiabá, mas anotou apenas 188 votos nas urnas.

Naquelas eleições, chegou a ser detida sob suspeita de fazer boca de urna. Foi liberada logo depois.
Nesse mesmo ano, ela diz ter visto Lula pela última vez. Na ocasião, perguntou ao irmão se ele voltaria a disputar uma eleição e ouviu: “Não está nos meus planos. É a vez dela [Dilma]“.


Ainda filiada ao PTB, Lindinalva afirma ter desistido dos palanques, mas, não das próprias convicções, mesmo que para isso continue a discordar de seu maior professor.

Idoso compra celulares pela internet e recebe coco e refrigerante na Paraíba

Vítima depositou R$ 8 mil em conta e parcelou outros R$ 10 mil. Delegacia das Defraudações de João Pessoa está investigando o caso.

Wagner Lima Do G1 PB

Idoso compra aparelhos celulares pela internet e recebe pelo Sedex dos Correios um coco verde e um refrigerante de 1,5 litro (Foto: Plínio Almeida/TV Cabo Branco)

Idoso compra aparelhos celulares pela internet e recebe pelo Sedex dos Correios um coco verde e um refrigerante de 1,5 litro (Foto: Plínio Almeida/TV Cabo Branco)

Um idoso de 70 anos, tentado pela oferta de celulares IPhone 6 em promoção em um site de compras, resolveu efetivar a compra com um depósito de R$ 8 mil e o parcelamento de outros R$ 10 mil referentes a dez aparelhos. Mas a surpresa veio com a chegada da caixa do Sedex: no lugar dos celulares, havia um coco verde e uma garrafa de refrigerante de 1,5 litros. O caso foi parar na 12ª Delegacia Distrital e a Delegacia das Defraudações de João Pessoa.

Na manhã desta quinta-feira (23), a vítima foi à Delegacia das Defraudações prestar depoimento e dar mais subsídios ao delegado sobre o caso. De acordo com o depoimento da vítima à polícia, toda a negociação foi feita por um neto dele, de 17 anos, que encontrou os produtos à venda e motivou o avô a fazer a compra.

Segundo o delegado encarregado do caso, Lucas Sá, a compra foi efetivada no dia 16 de outubro e quatro dias depois chegou pelo Sedex a caixa contendo o coco e a garrafa. Não há informações sobre a razão da compra deste número de aparelhos. Cada aparelho foi oferecido por R$ 1,8 mil, quando o preço médio é R$ 3 mil.

Lucas Sá confirmou que vai enviar uma cópia do processo para a Polinter do Rio de Janeiro para que a Polícia Civil investigue, já que a conta bancária do beneficiário é do estado fluminense. “A fraude pela internet foi consumada no Rio de Janeiro e a conta bancária do beneficiário é daquele estado, por isso, o procedimento criminal vai ocorrer lá. No entanto, o processo civil vai transcorrer aqui na Paraíba, onde a vítima mora”, frisou.

O delegado também explicou que a polícia tem o número pelo qual a vítima trocou mensagens com o possível responsável pela venda. “No depoimento, a vítima nos deu elementos mais consistentes sobre a compra e onde possivelmente ocorreu. Ao constatar que não tinha recebido os objetos comprados, ele tentou contato com o responsável pela venda, mas foi bloqueado do aplicativo de troca de mensagens por celular”, frisou.

Atenção redobrada

O delegado Lucas Sá recomendou atenção redobrada das pessoas que querem realizar compras pela internet. A principal dica é buscar sites estabelecidos no mercado. “É importante evitar comprar em sites de pessoa física e sempre buscar os sites de compras que já sejam conhecidos do público e estabelecidos no mercado”, frisou.


Governo Dilma 'segura' divulgação de dados negativos para não prejudicar campanha

Com disputa acirrada, brasileiros chegarão às urnas sem saber resultado da arrecadação e desempenho de alunos em português e matemática.

Dilma: números comprometedores, só depois de domingo

Dilma: números comprometedores, só depois de domingo (Gabriel Garcia Soares/Estadão Conteúdo)
O governo federal adia a divulgação de indicadores sobre economia e educação pelo temor de que números negativos possam prejudicar a campanha da presidente-candidata Dilma Rousseff (PT). Em meio à acirrada disputa presidencial, os brasileiros chegarão às urnas no próximo domingo, portanto, sem conhecer o resultado da arrecadação de impostos e contribuições federais em setembro e da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). Reportagem do jornal Folha de S. Paulo relata nesta quinta-feira que o desempenho dos alunos da educação básica em provas de português e matemática também será um mistério até 26 de outubro.

Na semana passada, uma decisão inédita tomada pela direção do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de proibir a publicação de estudos realizados pelos pesquisadores envolvendo dados públicos divulgados entre julho e o fim das eleições presidenciais, deu origem a mais uma crise interna. O diretor de estudos e políticas sociais do Ipea, Herton Araújo, colocou seu cargo à disposição por discordar da definição da cúpula do Instituto e pediu sua exoneração. Não se trata do primeiro estudo preso nas gavetas do Ipea. O site de VEJA revelou, em setembro, que o Instituto havia engavetado outro levantamento, desta vez, feito com base nos dados das declarações de Imposto de Renda de brasileiros, e que mostrava que a concentração de renda havia aumentado no Brasil entre 2006 e 2012. A tese, curiosamente, contraria o discurso recorrente dos governos petistas. 

Depois de atrasar a divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) relativos a 2013 no primeiro turno, o governo federal acabou por liberar o resultado do indicador – que mede a qualidade do ensino nos ciclos fundamental (1º a 9º ano) e médio de escolas públicas e privadas de todo o Brasil – sem detalhar o resultado dos alunos em cada âmbito, relata a Folha. Logo, não é possível saber qual o desempenho dos estudantes em português e matemática.

Os dados conhecidos revelam que há estagnação nas duas etapas. Nos anos finais do fundamental e no médio, todos os indicadores gerais ficaram abaixo das metas previstas: isso inclui as médias nacional e das redes públicas (estaduais e municipais) e privadas. A exceção foi registrada nos anos iniciais do ensino fundamental, em que a única constatação negativa ficou na rede privada, que não atingiu a meta estabelecida.

Economia – Embora rejeite relação com a eleição, o governo ajustou o calendário de divulgação de dados econômicos de setembro para depois da votação. Ninguém quer repetir o chamado "efeito ovo". O episódio foi provocado pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, ao recomendar a troca de carne bovina por ovos ou frango por causa da inflação. A declaração foi usada na TV pelo candidato Aécio Neves (PSDB). Em resposta, Dilma teve de desautorizar publicamente o secretário.

A previsão é de que os dados sobre arrecadação, que não devem vir favoráveis, sejam divulgados na próxima quarta-feira, dia 29. Os números são tradicionalmente divulgados mais cedo, mas, mesmo assim, a Receita nega que a decisão tenha relação com a realização do segundo turno no próximo domingo. No ano passado, a divulgação dos dados ocorreu no dia 22 de outubro. Este ano, o anúncio ficou para os últimos dias do mês apenas em abril. Vale lembrar que na próxima terça-feira não deve haver expediente no Ministério da Fazenda por causa do feriado do Dia do Servidor Público.

A divulgação dos dados da dívida pública federal será na segunda. A reunião do CMN foi adiada do dia 23, segundo constava no site do Banco Central, para o dia 30. A assessoria do BC informou que a data original foi escolhida, em princípio, para evitar proximidade com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para terça e quarta. A mudança teria sido ocasionada por questões de agenda.

‘Paradeira geral’ - O resultado desfavorável da arrecadação nos últimos meses tem dificultado o fechamento das contas do governo. A Receita esperava, no início do ano, um crescimento real de 3% em relação a 2013. Mas já reduziu a 1%, mesmo com o reforço de receitas extras, como o Refis. Em razão disso, as contas públicas devem registrar novo déficit primário em setembro. Técnicos do governo afirmam que "está uma paradeira geral" na área econômica nesta semana. Há decisões importantes que precisam ser tomadas até o fim do ano. A principal é a estratégia para a política fiscal. Com a piora das contas públicas em setembro, cujo anúncio ficou para a próxima semana, o governo terá de decidir se mudará a meta de superávit primário fixada para 2014 na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Uma fonte disse ao jornal O Estado de S. Paulo que a discussão está parada à espera do resultado das eleições.


(Com Estadão Conteúdo) 
  Para evitar "efeito-ovo", governo segura divulgação de dados que podem afetar Dilma - InfoMoney
Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/mercados/eleicoes/noticia/3652111/para-evitar-efeito-ovo-governo-segura-divulgacao-dados-que-podemPara evitar "efeito-ovo", governo segura divulgação de dados que podem afetar Dilma - InfoMoney 

Dinheiro da Abreu e Lima chegava para doleiro em um dia, aponta laudo

Peritos do Ministério Público Federal identificaram o fluxo relâmpago do dinheiro que saía da estatal até o caixa das empresas de Youssef.

Por Fausto Macedo, Mateus Coutinho e Ricardo Brandt

Laudo pericial do Ministério Público Federal revela que, por mais de uma vez, valores repassados pela Petrobrás para o Consórcio CNCC – controlado pela construtora Camargo Corrêa – nas obras da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, em apenas 24 horas iam parar nas contas das empresas do doleiro Alberto Youssef.

Preso na Operação Lava Jato, Youssef é acusado de pagar propinas a políticos e a partidos. Ele está fazendo delação premiada. Já apontou pelo menos 28 parlamentares como supostos beneficiários de propinas.

O laudo não imputa ilícitos às partes envolvidas na transação. Para a Justiça, a Petrobrás é vítima da organização criminosa da Lava Jato.

O documento indica o trajeto das transferências bancárias que iam aportar nas empresas de fachada do doleiro. A perícia foi anexada aos autos do processo federal sobre desvios e superfaturamento na refinaria.

Em um dos repasses analisados, a Petrobrás adiantou R$ 6,62 milhões para o Consórcio CNCC em 17 de janeiro de 2011. No mesmo dia, o Consórcio transferiu por meio de TED (Transferência Eletrônica Disponível) para a Sanko Sider, fornecedora de tubos para a obra, R$ 5,91 milhões. No dia seguinte, a Sanko repassou para a MO Consultoria, empresa de fachada de Youssef, R$ 1,7 milhão.

Ainda no dia 18, a MO Consultoria repassou R$ 238,5 mil para a conta da Labogen Química Fina, por meio duas TEDs. A indústria também era controlada, segundo a PF, pelo doleiro. No mesmo dia, a Labogen envia também por meio de TED R$ 238,5 mil para a Pionner Corretora de Câmbio. O laudo aponta ainda que operações semelhantes ocorreram diversas vezes, várias delas no prazo de um dia.

Os peritos identificaram 17 conjuntos de operações que “evidenciam que as empresas Sanko recebem recursos do Consórcio CNCC e da Construtora e Comércio Camargo Corrêa nas obras da Abreu e Lima e realizaram transferências para as investigadas (empresas de fachada de Youssef) em datas idênticas, ou próximas”.

CONFIRA A PLANILHA ABAIXO QUE RELACIONA OS PAGAMENTOS DA PETROBRÁS COM OS REPASSES PARA AS EMPRESAS DE YOUSSEF

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A análise dos peritos do MPF foi realizada com base em duas planilhas da Petrobrás que indicam 13 mil pagamentos da estatal petrolífera para o Consórcio CNCC, a partir de abril de 2010 – quando teve início a implantação da Unidades de Coqueamento Retardado da Abreu e Lima – , e outros 32 pagamentos diretamente à Construtora Camargo Corrêa, desde 2009.

Esses pagamentos da Petrobrás para a CNCC são exclusivamente relacionados à Abreu e Lima e totalizam R$ 3,11 bilhões e R$ 54,2 milhões para a Construtora Camargo Corrêa, no período de 2009 a 2013.

O laudo é subscrito pelos analistas Jonatas Sallaberry e e Júlio Austríaco, peritos em contabilidade, e informa ainda que as empresas Sanko receberam R$ 195,5 milhões do Consórcio CNCC, entre 26 de outubro de 2010 e 26 de dezembro de 2013, além de outros R$ 3,6 milhões da Construtora Camargo Correa – integrante do Consórcio –, a partir de 26 de junho de 2009.

CONFIRA O PERCURSO DOS RECURSOS QUE SAIAM DA PETROBRÁS

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Beneficiário. O documento mostra os caminhos de parte do dinheiro que a Petrobrás repassou para o Consórcio CNCC e indica sequencialmente a quantia que o Grupo Sanko distribuiu para o caixa das empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef: M.O. Consultoria, GFD Investimentos, Empreiteira Rigidez e Muranno Brasil. De 2009 a 2013, essas empresas de Youssef receberam do Grupo Sanko aportes que somaram R$ 38,5 milhões – valores líquidos, descontados cheques devolvidos e operações de natureza inversa.

Entre os maiores beneficiários dos recursos que saíram do caixa da Petrobrás está o laboratório Labogen, que Youssef usou para se infiltrar no Ministério da Saúde, durante a gestão do ministro Alexandre Padilha, em 2013, em busca de contrato milionário supostamente viabilizado pelo deputado André Vargas, então no PT.

Também aparece como captador desses valores outra empresa controlada pelo doleiro, a Piroquímica. Juntas, essas empresas de papel receberam R$ 37,6 milhões. O rastreamento do dinheiro mostra que os valores que passaram pelas contas da Labogen e da Piroquímica foram destinados, em sua maior parte, para casas de câmbio ou de empresas de exportação e importação e “outras remessas com destino não identificado pelas instituições financeiras”.

Anteriormente, quando questionado sobre os repasses às empresas de Youssef, o Grupo Sanko-Sider enfatizou, por meio de sua Assessoria de Imprensa, que “busca demonstrar de forma transparente sua idoneidade construída com trabalho e dedicação ao longo de 18 anos, reconhecidos pelo mercado”.
O Grupo Sanko observou, ainda, que as investigações “vêm confirmando as informações prestadas pelo Grupo Sanko são absolutamente corretas e as operações seguem as normas legais vigentes.”

O Grupo Sanko anotou que as empresas foram indicadas por Youssef. “A MO foi contratada para a execução de trabalhos técnicos e a GFD, para representação comercial. Repetimos: a Sanko-Sider não tem equipe própria de vendas, e todo o trabalho do setor é terceirizado.”

ROSEANA SARNEY ARQUITETA DO MAL : FANTASIA FINAL DO GOVERNO COM OBRAS/APARIÇÕES PÚBLICAS E PLANEJA O CAOS COM CONTRATOS/DESPESAS BILIONÁRIAS

DO BLOG CESAR BELLO

Roseana Sarney perde a grande oportunidade de mostrar ao povo do Maranhão, que digeriu bem a derrota sofrida nas eleições para o governo em 2014.

Cheia de ódios Roseana Sarney arquiteta o caos: fantasia o final do governo com obras e boas aparições públicas e planeja o caos com contratos e despesas bilionárias.

Nas  aparições públicas teatralizadas a Sarney chega a ser cômica: "a oposição vai me agradecer, quando assumir, receberá um governo organizado".

Mas nos gabinetes/alcova prepara "espigões" para espetar Flávio Dino. São licitações bilionárias no fechar dos cofres/ ordenamento de despesas congeladas há 4 anos.

Roseana Sarney debocha diz que as denúncias não fazem sentido e que no governo "está tudo organizado, eles vão ficar mortos de felizes, só não vão tocar foguetes..."

Nem óleo de peroba limpa essa cara de pau de Roseana Sarney. Quando ela for acusada de planejar o caos administrativo para prejudicar o Maranhão, deve mais uma vez negar veementemente.


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Motel cria a tag "#Sai Da Rua Viviane" e revolta a atriz

Viviane Araújo quer entrar na justiça contra o estabelecimento




Fabíola Reipert


Fabíola Reipert
Motel cria a tag "#Sai Da Rua Viviane" e revolta a atriz - PortalNamira.com. Saiba mais aqui: http://imirante.globo.com/namira/brasil/noticias/2014/10/22/motel-cria-a-itag-i-sai-da-rua-viviane-e-revolta-a-atriz.shtml

Doleiro quer acareação com acusador do PSDB

Defesa de Alberto Youssef afirma que dono do Labogen, Leonardo Meirelles, está mentindo ao dizer que ele ‘trabalhou’ para tucanos.


Ricardo Brandt e Fausto Macedo

A defesa de Alberto Youssef informou que vai apresentar ainda nesta quarta feira, 22, à Justiça Federal em Curitiba (PR) um pedido de impugnação do depoimento de Leonardo Meirelles – suposto testa de ferro do doleiro nas indústrias farmacêuticas Labogen. Em depoimento na segunda feira, 20, Meirelles afirmou que ele mantinha negócios com o PSDB e com ex-presidente nacional do partido senador Sérgio Guerra (PE), morto em março.

O criminalista Antônio Figueiredo Basto, que defende Youssef, disse que pedirá ainda uma acareação entre os dois – o doleiro e Meirelles são réus em um dos processos da Operação Lava Jato, sobre superfaturamento nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

“Meu cliente afirma peremptoriamente que nunca falou com Sérgio Guerra, nunca teve negócio com ele e nunca trabalhou para o PSDB”, afirmou o criminalista Antônio Figueiredo Basto. “Estamos pedindo uma impugnação do depoimento do Leonardo e uma acareação entre eles.”

Meirelles é apontado como laranja de Youssef no laboratório Labogen, indústria de remédios que estava falida e que o doleiro usou para tentar conquistar um contrato milionário com o Ministério da Saúde, na gestão do então ministro Alexandre Padilha, para fornecimento de medicamentos. Segundo o Ministério, o contrato não chegou a ser assinado.

O negócio teria sido intermediado, segundo a PF, pelo deputado federal André Vargas (sem partido-PR), que foi flagrado usando um jato pago pelo doleiro.

Meirelles afirmou à Justiça Federal, em audiência da segunda feira, 20, que Youssef trabalhava também com o PSDB, além dos partidos PT, PMDB e PP.

Ele disse ter ouvido o doleiro citar o nome de Guerra em uma conversa telefônica e ainda citou “um outro parlamentar” tucano da mesma região do doleiro.

VERGONHA: Até DJ do Espírito Santo recebia sem trabalhar no governo Roseana Sarney

BLOG MARRAPÁ

DJ com fama no eixo Rio-São Paulo ocupava cargo na Casa Civil.
Morador de Vitória (ES), deejay com fama no eixo Rio-São Paulo ocupava cargo na Casa Civil de Roseana Sarney.
Numa tentativa de esconder a farra de sinecuras na Casa Civil do governo do Maranhão, a governadora Roseana Sarney (PMDB) iniciou, na semana retrasada, a exoneração de parentes, aliados e servidores fantasmas lotados na estrutura da secretaria. Amigas da secretária Ana Graziella Freitas e indicações do senador Edinho Lobão (PMDB) e do ex-secretário Luis Fernando Silva (PMDB) também aparecem aos montes na lista de cortes.
De acordo com o Diário Oficial do Estado, dos 912 ocupantes de cargos comissionados, pelo menos 46 foram demitidos nos últimos dias. A intenção seria a de promover o enxugamento da pasta, antes da entrega oficial de informações à equipe de transição do próximo governo, presidida pelo deputado estadual Marcelo Tavares (PSB), indicado por Flávio Dino (PCdoB) para ocupar a secretaria a partir de janeiro.
A farra com o dinheiro do contribuinte maranhense pode ter custado quase R$ 10 milhões somente neste ano. Entre os exonerados estão a irmã da cantora Alcione, a filha do presidente da Caema e o ex-prefeito de Humberto de Campos, Bernardo do Santos (DEM) – condenado recentemente na Justiça Federal pelo crime de Improbidade Administrativa.
Chama atenção o fato de que muitos dos comissionados nem moram em São Luís, como é o caso da cunhada do secretário Ricardo Murad, Yomar Trovão, que reside atualmente no Rio de Janeiro. O deejay Agostinho Nalin, que toca em baladas no eixo Rio – São Paulo, possivelmente nem sabe onde funciona a Casa Civil, mas recebia mensalmente pelo cargo de Assessor de Cerimonial.
Abaixo a lista de exonerados:
Lista-dos-exonerados-da-Casa-Civil
Lista-dos-exonerados-da-Casa-Civil2

Roseana prepara mais uma licitação bilionária às vésperas de deixar o comando do Estado

blog marrapá


roseana-arapongaUma escandalosa licitação no sistema penitenciário estadual está em curso como um dos últimos suspiros do governo de Roseana Sarney. Nada menos que R$ 1,3 bilhão para cuidar do sistema presidiário do estado inteiro serão licitados nos próximos dias. O mais estranho desse contrato, no entanto, é que o valor do gasto por preso é o dobro da média nacional.
As empresas que cuidam desse serviço, hoje, são a VTI e a Atlântica (esta última, pertencente ao um ex-sócio de Jorge Murad, esposo de Roseana Sarney). O contrato que será licitado terá duração de dois anos – metade do tempo de administração do próximo governador.
Acontece que o valor por preso, segundo cálculos da equipe de transição, é de R$ 8,8 mil por mês para cada preso. A média nacional com gastos carcerários é de aproximadamente R$ 4 mil.
Por se tratar de tema delicado e que mexe diretamente com a maior crise já vista neste estado, o assunto deve ser tratado com grande atenção pela equipe de transição de Flávio Dino. Por este motivo, o deputado Marcelo Tavares (futuro chefe da Casa Civil) deve levar o caso ao conhecimento do público para evitar mais este abuso, na tribuna da Assembleia.

Deputado denuncia aditivo milionário em contrato da Bem Viver com secretaria de Ricardo Murad

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ricardo muradA principal pauta dos debates na sessão plenária desta quarta-feira (22), na Assembleia Legislativa do Maranhão, foi a transição de governo no estado. O deputado estadual Bira do Pindaré (PSB) apresentou um extrato, de um termo aditivo, ao termo de parceria entre a Secretaria de Saúde, o Hospital Carlos Macieira e a Bem Viver (Associação Tocantina para o Desenvolvimento da Saúde).
A Bem Viver é responsável pela gestão do HCM (Hospital Carlos Macieira) e o valor do contrato mensal era de seis milhões, setecentos e vinte e quatro mil, oitocentos e cinquenta e seis reais e quarenta e um centavos. Com esse aditivo, sobe para onze milhões, onze mil, quatrocentos e seis reais e trinta e seis centavos. Um incremento da ordem de 63,74%.
O parlamentar questionou o tamanho desse aumento, a razão, os motivos e a necessidade dele ser realizado “no apagar das luzes de um governo”. Para Bira, esse procedimento é no mínimo suspeitoso, pois pode comprometer o presente ou o futuro da gestão pública do estado.
O socialista lembrou as inúmeras e inacabadas reformas “realizadas” pela atual Governadora no Hospital Carlos Macieira, o fim do atendimento aos servidores do estado. “A gente tem a informação desse incremento de gasto, que tem que ser questionado, inclusive, do ponto de vista da legalidade. É fundamental que a gente dê transparência a essas informações em busca de esclarecimentos adequados”, defendeu Bira.
O fato mais grave da denúncia do Deputado é que apesar de um incremento de 63% no valor do contrato de manutenção, visando cobrir despesas com materiais, a população reclama constantemente de falta de remédio no HCM. “Fica nosso questionamento, esperando que os representantes do atual governo se manifestem e a gente certamente vai buscar todos os caminhos, jurídicos inclusive, para questionar devidamente esses procedimentos que estão sendo adotados no apagar das luzes do atual governo”, garantiu Bira.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Escorregão do Detran atropela a Língua Portuguesa

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As novas placas de sinalização instaladas pelo Detran-MA, incentivando o uso de cinto de segurança no banco traseiro dos veículos, tem chamado a atenção dos mais atentos pela colocação inadequada do verbo trazer. No Facebook, o jornalista Zema Ribeiro chamou atenção para o equívoco.
“Não mais que de repente a cidade de São Luís foi invadida por placas do tipo. O governo Roseana Sarney chega ao fim querendo raspar o tacho e deixar só o “oco” para o sucessor. Nesse caso, governadora, o verbo não seria TRAZER, mas LEVAR. Ou, se a senhora está falando do que eu estou pensando, o banco certo seria o de TRÁS”, escreveu.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Governo Roseana Sarney inicia exonerações após derrota nas urnas

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De 554 nomeados, 46 foram demitidos nos últimos 10 dias. Motivo deve ser ocultar nomeados para a pasta antes da entrega oficial dos documentos à equipe de transição de Flávio Dino.
De 554 nomeados, 46 foram demitidos nos últimos 10 dias. Motivo deve ser ocultar nomeados para a pasta antes da entrega oficial dos documentos à equipe de transição de Flávio Dino.
Pelo menos 46 nomes lotados na Casa Civil do Governo de Roseana Sarney já foram exonerados desde que o grupo da governadora perdeu as eleições para o opositor Flávio Dino. A ideia é retirar os nomes mais polêmicos antes de entregar ao governador eleito uma lista “enxuta”, contrário do que aconteceu durante todo o Governo.
As demissões do Governo do Estado começaram no em 6 de outubro, segunda-feira seguinte à eleição de Flávio Dino. A lista de nomes pode ser conferida pelos Diários Oficiais do Governo, onde são publicadas demissões e admissões.
Entre os exonerados, estão parentes próximos de amigos da Governadora. Entre eles, estão a sobrinha de Tereza Murad, a irmã da cantora Alcione Nazareth, a filha do presidente da Caema e o ex-prefeito de Humberto de Campos.
Boquinha: radialista Monica Moreira Lima, da Capital, entre as exoneradas da Casa Civil do governo Roseana Sarney.
Boquinha pornográfica: a jornalista Monica Moreira Lima, da Capital, entre as exoneradas da Casa Civil do governo Roseana Sarney.
Os cargos em comissão faziam parte da estrutura da Casa Civil do Governo de Roseana Sarney. O número encontrado pela reportagem dizem respeito apenas ao período de 6 a 13 de outubro, Diários Oficiais disponíveis para o público. Os outros 4 dias úteis ainda não foram publicados pelo Governo do Estado.
Na avaliação Marcelo Tavares, coordenador da Equipe de Transição de Flávio Dino, a demissão repentina ocorrida após o dia 6 de outubro tem por objetivo não revelar a verdadeira estrutura que participava do atual Governo. A intenção do próximo chefe da Casa Civil (já indicado por Dino) é diminuir o tamanho da pasta.
“É o que parece ser um excesso de nomeações. Se não houver nenhum prejuízo ao trabalho da pasta, vai ficar provado que essas pessoas não contribuíam efetivamente no trabalho diário. Desses cargos comissionados criados apenas para a Casa Civil, o governador eleito já informou que serão realocados para pastas da reforma administrativa anunciada” disse Marcelo Tavares.
A atual chefe da Casa Civil, Anna Graziella, ainda não enviou à equipe de Flávio Dino os documentos para início da transição e a demora pode estar relacionada ao enxugamento de última hora, ocultando a verdadeira estrutura da principal pasta do Estado.
Mesmo sem as informações repassadas pela chefe da Casa Civil de Roseana Sarney, é possível acompanhar pelos Diários Oficiais o total de cargos comissionados lotados na Casa Civil. São 554 pessoas nomeadas em cargos comissionados na pasta no governo Roseana.
Em debates ocorridos durante o período eleitoral, Dino anunciou que os cargos em comissão alocados na Casa Civil e sem efetiva prestação de serviço seriam remanejados para a criação de outras secretarias – como a Secretaria de Transparência e Controle anunciada esta semana.
Abaixo, a lista completa dos exonerados:
Lista dos exonerados da Casa Civil2 Lista dos exonerados da Casa Civil

Ferreira Gullar: "A continuação do PT no poder é um desastre"

O poeta e mais novo imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) fala de sua decepção com o Partido dos Trabalhadores e afirma que fazer poesia não depende de sua vontade.


Isto é independente


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PRESENTE
Ex-comunista, exilado na ditadura, ele conta que seu hobby
é pintar, desenhar, fazer colagens

O poeta maranhense Ferreira Gullar, 84 anos, acaba de ser eleito imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), depois de décadas recusando a honraria. Recebeu 36 dos 37 votos, sendo um em branco. Ele aceitou ocupar a cadeira 37, que pertenceu ao presidente Getúlio Vargas (1882-1954) e ao jornalista e empresário Assis Chateaubriand (1892-1968), simplesmente porque ela foi ocupada, por último, por seu amigo e também poeta Ivan Junqueira, falecido em julho. Mas a eleição que o mobiliza, atualmente, é a presidencial. Notório crítico do Partido dos Trabalhadores, ele diz que “a saída do PT do poder é uma revolução para o Brasil”.

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"Tenho criticado o governo do PT. Torci pela Marina no
primeiro turno, mas agora é o Aécio. Eu o conheço"

Após ter votado em Marina Silva (PSB) no primeiro turno, Gullar, agora, optou por Aécio Neves (PSDB). Ex-comunista e ex-exilado pela ditadura, o poeta concorda que o ideal de sociedade mais justa é difícil de ser alcançado, mas defende que ele seja perseguido por todas as pessoas de boa-fé. Residente no mesmo apartamento há décadas, no bairro de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, ele se diz feliz na companhia de muitos livros, quadros e da gata, cujo nome é Gatinha.

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"José Sarney foi meu colega de juventude, fazemos parte da geração
que mudou a literatura maranhense. Faço questão de não
me envolver com a política do Maranhão"

 O sr. escreveu, antes do primeiro turno, que esta eleição é das mais imprevisíveis e tumul­tuadas. Continua achando?
 
FERREIRA GULLAR -
 Acho que o Aécio (Neves-PSDB) tem chances de ganhar. Pode ser que não ganhe, mas acompanhe: quem votaria na Dilma (Rousseff-PT) no primeiro turno já votou. O Aécio, porém, teve seus votos divididos com a Marina (Silva-PSB). Então, agora, quem tem possibilidade de crescer é ele. Acho que a margem de crescimento dela é muito pequena. É, aliás, o que eu desejo. Desejo que a Dilma perca a eleição. Doze anos no poder não tem cabimento, e ainda quer ficar mais! 
 
ISTOÉ -
 O sr. também acha que os 20 anos do PSDB em São Paulo são um exagero?
 
FERREIRA GULLAR -
 Só que não tem essa safadeza, essa corrupção toda. O Geraldo Alckmin (PSDB) é um homem limpo. 
 
ISTOÉ -
 O sr. vota em Aécio porque acredita que ele é a melhor opção ou porque ele é oposição ao PT, que o sr. critica tão fortemente? 
 
FERREIRA GULLAR -
 São duas coisas: primeiro, alguém tem que substituir o PT, chega de PT. Segundo, não tenho dúvida de que o Aécio é essa pessoa. Pelo governo que fez em Minas Gerais, acho que ele não é um irresponsável, pelo contrário. Deu uma prova admirável quando caiu nas pesquisas, ficou com menos de 20%, mas continuou na batalha, dizendo que ia para o segundo turno, que ia ganhar. Achei aquilo curioso. Achei que ele estava querendo apenas não jogar a toalha, não se dar por vencido. Mas não, ele mostrou uma capacidade, uma raça que é coisa muito positiva. E o Brasil precisa de uma pessoa assim, dada a situação que o PT criou para o País.
 
ISTOÉ -
 Qual situação?
 
FERREIRA GULLAR -
 O Brasil está encalacrado, com a economia em crise, a inflação subindo, uma corrupção espantosa. Não pode continuar isso. Acho que a saída do PT do poder é uma revolução no Brasil. E a continuação é um desastre. Quando o PT foi criado, eu fiquei a favor, acreditava que seria benéfico para o País, para fazer avançar essa luta pela sociedade mais justa, e depois me desapontei. Tenho sempre criticado o governo do PT, continuo nessa visão crítica, e torcendo para alguém vencer o PT. Torci pela Marina no primeiro turno porque parecia que ela é que iria disputar o segundo turno com a Dilma. Mas agora é o Aécio. Eu o conheço, sei que é competente, capaz, e apoio a candidatura dele.
 
ISTOÉ -
 Atualmente, o que atrai mais seu interesse, a poesia ou a política?
 
FERREIRA GULLAR -
 Não sou político. Sou cidadão e tenho uma coluna num grande jornal (“Folha de S.Paulo”) em que posso emitir minhas opiniões. Agora, o País é uma coisa que me preocupa o tempo inteiro. A poesia é outra coisa. Dou minha opinião de cidadão, pai de família, com filhos e netos, que compreende que a sociedade brasileira é muito injusta, e isso tem que ser mudado, corrigido, e é obrigação de cada um de nós lutar contra isso. Não se pode aceitar a desigualdade que existe no Brasil, os hospitais cheios de pessoas morrendo sem ser atendidas, ou o ensino péssimo. Paga-se mal aos professores, que têm que trabalhar em quatro ou cinco lugares para sustentar a família. 
 
ISTOÉ -
 O sr. tem feito poesia?
 
FERREIRA GULLAR -
 Não. A poesia depende de fatores que não dependem da nossa vontade. Posso determinar que vou escrever uma crônica amanhã sobre tal coisa. Mas não posso dizer que vou escrever um poema amanhã, porque vai sair uma bobagem. O poema, como digo, nasce de um espanto, não é uma coisa que sai por querer. Mas eu parei de me espantar. Só me espanto com a corrupção – mas a corrupção não merece um poema.
 
ISTOÉ -
 E os quadros? Tem pintado? Algum novo livro?
 
FERREIRA GULLAR -
 Meu hobby é pintar, desenhar, fazer colagens. E esse hob­by vai ganhar uma exposição em São Paulo, em novembro, e depois outra no Rio. Tem um livro de colagem que está sendo feito e deverá ser publicado no começo do ano que vem, por uma editora nova, a Edições de Janeiro. E tem, também, por essa mesma editora, um livro que venho compondo há 30 anos, que se chama “O Prazer do Poema”. São os que li e que mais me comoveram e encantaram, de autoria de outros poetas. Deve sair no fim deste ano ou no começo do outro. 
 
ISTOÉ -
 O sr. sempre recusou se candidatar a vagas na Academia Brasileira de Letras. Por que aceitou, agora? 
 
FERREIRA GULLAR -
 Demorei porque não fazia parte do meu projeto de vida entrar para a Academia, nunca tinha pensado nisso. Há pessoas que têm entre seus objetivos conseguir um lugar na ABL. Eu não. Quando me convidavam, eu falava que não tinha interesse; isso levou anos e anos. Mas alguns amigos insistiam, insistiam, e eu comecei a me sentir mal, um pouco arrogante, o dono do pedaço... Quando morreu o (poeta) Ivan Junqueira (1935-2014), que era um grande amigo, pessoa por quem eu tinha muito afeto, pensei: “Bom, já que vou ter que entrar, vou entrar no lugar do Ivan, que é meu amigo, uma cadeira que me honra.”
 
ISTOÉ -
 Como está se sentindo eleito? 
FERREIRA GULLAR -
 A posse é em dezembro. Se aceitei me candidatar é porque vou aceitar o convívio na Academia. Tenho muitos amigos lá, e nada tenho contra. Evidentemente, sou bastante ocupado, nem sempre estarei lá. Mas o compromisso que tenho que assumir assumirei. Pretendo frequentar e cumprir com a minha obrigação.
 
ISTOÉ -
 A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), vai oferecer o fardão, como é praxe, já que o sr. é maranhense. O sr. se sente confortável, já que o Maranhão é o Estado com maior número de miseráveis do País?
 
FERREIRA GULLAR -
 O Sarney foi meu colega de juventude, nós temos a mesma idade praticamente e fazemos parte da geração que mudou a literatura maranhense, que renovou. Mais tarde, conheci a Roseana, muito cordial, gentil. Eu não vivo no Maranhão, eu vivo no Rio. Mal tomo conhecimento disso, não estou envolvido com a política do Maranhão, faço questão de não me envolver nisso. Acho o Sarney uma pessoa afetuosa, gentil. Fez uma carreira política que o levou até a Presidência da República, certamente por isso também.
 
ISTOÉ -
 O sr. começou sua militância política no Maranhão? 
 
FERREIRA GULLAR -
 Não. Eu entrei para o Partido Comunista por causa do golpe militar (1964) porque eu sabia que ia lutar contra aquele regime que estava surgindo, e não ia lutar sozinho. Depois, aconteceu comigo o que aconteceu com muita gente; fui preso e exilado.
 
ISTOÉ -
 Como se define politicamente hoje? 
 
FERREIRA GULLAR -
 Eu acho que, hoje, essas denominações de direita e esquerda se tornaram bastante precárias, já não têm mais a nitidez que tinham na época em que a gente estava lutando pela reforma agrária, etc., o que resultou no golpe militar. Mas, com o fim do socialismo real, o fim da União Soviética e o fato de hoje a China e a Rússia serem, de fato, capitalistas, é uma teimosia o cara se prender a essa ideologia que não deu certo. É um sistema que fracassou. Querer a sociedade justa e a igualdade entre as pessoas é uma coisa muito correta. Agora, a maneira como isso se transforma em função administrativa está errada, não dá certo. O capitalismo, que é o regime da exploração, se baseia na iniciativa privada e a cada momento milhões de pessoas criam empresas. Isso é uma força produtiva muito grande. Mas não pode comparar isso a seis burocratas dizendo como o país deve funcionar, como é que a economia deve ser.
 
ISTOÉ -
 A sociedade justa é definitivamente uma utopia?
 
FERREIRA GULLAR -
 A sociedade justa deve continuar sendo o objetivo de todas as pessoas de boa-fé, honestas e solidárias com os outros. O que eu digo é que aquela tentativa não deu certo, mas não quer dizer que não seja possível. Acho que tem de continuar buscando o caminho. O que não pode, realmente, é ter um sujeito que ganha US$ 1 milhão a cada cinco minutos e outro que ganha US$ 500 por mês. Não dá, né?
 
ISTOÉ -
 O sr. tem um filho com esquizofrenia. O que acha do uso medicinal da maconha para tratamento de doenças como essa? 
 
FERREIRA GULLAR -
 Meu filho hoje vive normalmente com os remédios que são resultado de pesquisas durante décadas e décadas. Funcionam muito bem. Agora, isso é a minha opinião. Hoje, qualquer opinião contrária a coisas dessa natureza é tachada de preconceito. Se de fato a maconha tem qualidades medicinais, e pode ser, não sou médico para dizer que não, acho certo usar. Não sou contra o uso medicinal da planta. Mas dizer que a maconha é inofensiva para ser usada como divertimento eu acho perigoso. Para parte das pessoas não é alucinógena, mas para parte das pessoas é um risco grande.  Elas perdem o controle e podem ser levadas a fazer coisas graves. Sem falar que a maconha pode ser a porta para outras drogas pesadas.