Com disputa acirrada, brasileiros chegarão às urnas sem saber resultado da arrecadação e desempenho de alunos em português e matemática.
Dilma: números comprometedores, só depois de domingo
(Gabriel Garcia Soares/Estadão Conteúdo)
O governo federal adia a divulgação de indicadores sobre economia e
educação pelo temor de que números negativos possam prejudicar a
campanha da presidente-candidata Dilma Rousseff (PT). Em meio à acirrada
disputa presidencial, os brasileiros chegarão às urnas no próximo
domingo, portanto, sem conhecer o resultado da arrecadação de impostos e
contribuições federais em setembro e da reunião do Conselho Monetário
Nacional (CMN). Reportagem do jornal Folha de S. Paulo relata
nesta quinta-feira que o desempenho dos alunos da educação básica em
provas de português e matemática também será um mistério até 26 de
outubro.
Na semana passada, uma decisão inédita tomada pela direção do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de proibir a publicação
de estudos realizados pelos pesquisadores envolvendo dados públicos
divulgados entre julho e o fim das eleições presidenciais, deu origem a
mais uma crise interna. O diretor de estudos e políticas sociais do
Ipea, Herton Araújo, colocou seu cargo à disposição por discordar da
definição da cúpula do Instituto e pediu sua exoneração. Não
se trata do primeiro estudo preso nas gavetas do Ipea. O site de VEJA
revelou, em setembro, que o Instituto havia engavetado outro
levantamento, desta vez, feito com base nos dados das declarações de
Imposto de Renda de brasileiros, e que mostrava que a concentração de
renda havia aumentado no Brasil entre 2006 e 2012. A tese, curiosamente,
contraria o discurso recorrente dos governos petistas.
Depois de atrasar a divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)
relativos a 2013 no primeiro turno, o governo federal acabou por
liberar o resultado do indicador – que mede a qualidade do ensino nos
ciclos fundamental (1º a 9º ano) e médio de escolas públicas e privadas
de todo o Brasil – sem detalhar o resultado dos alunos em cada âmbito,
relata a Folha. Logo, não é possível saber qual o desempenho dos estudantes em português e matemática.
Os dados conhecidos revelam que há estagnação nas duas etapas.
Nos anos finais do fundamental e no médio, todos os indicadores gerais
ficaram abaixo das metas previstas: isso inclui as médias nacional e das
redes públicas (estaduais e municipais) e privadas. A exceção foi
registrada nos anos iniciais do ensino fundamental, em que a única
constatação negativa ficou na rede privada, que não atingiu a meta
estabelecida.
Economia – Embora rejeite relação com a eleição, o
governo ajustou o calendário de divulgação de dados econômicos de
setembro para depois da votação. Ninguém quer repetir o chamado "efeito
ovo". O episódio foi provocado pelo secretário de Política Econômica do
Ministério da Fazenda, Márcio Holland, ao recomendar a troca de carne
bovina por ovos ou frango por causa da inflação. A declaração foi usada
na TV pelo candidato Aécio Neves (PSDB). Em resposta, Dilma teve de
desautorizar publicamente o secretário.
A previsão é de que os dados sobre arrecadação, que não devem vir favoráveis, sejam divulgados na próxima quarta-feira,
dia 29. Os números são tradicionalmente divulgados mais cedo, mas,
mesmo assim, a Receita nega que a decisão tenha relação com a realização
do segundo turno no próximo domingo. No ano passado, a divulgação dos
dados ocorreu no dia 22 de outubro. Este ano, o anúncio ficou para os
últimos dias do mês apenas em abril. Vale lembrar que na próxima
terça-feira não deve haver expediente no Ministério da Fazenda por causa
do feriado do Dia do Servidor Público.
A divulgação dos dados da dívida pública federal será na segunda. A
reunião do CMN foi adiada do dia 23, segundo constava no site do Banco
Central, para o dia 30. A assessoria do BC informou que a data original
foi escolhida, em princípio, para evitar proximidade com a reunião do
Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para terça e quarta. A
mudança teria sido ocasionada por questões de agenda.
‘Paradeira geral’ - O resultado desfavorável da
arrecadação nos últimos meses tem dificultado o fechamento das contas do
governo. A Receita esperava, no início do ano, um crescimento real de
3% em relação a 2013. Mas já reduziu a 1%, mesmo com o reforço de
receitas extras, como o Refis. Em razão disso, as contas públicas devem
registrar novo déficit primário em setembro. Técnicos do governo afirmam
que "está uma paradeira geral" na área econômica nesta semana. Há
decisões importantes que precisam ser tomadas até o fim do ano. A
principal é a estratégia para a política fiscal. Com a piora das contas
públicas em setembro, cujo anúncio ficou para a próxima semana, o
governo terá de decidir se mudará a meta de superávit primário fixada
para 2014 na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Uma fonte disse ao jornal O Estado de S. Paulo que a discussão está parada à espera do resultado das eleições.
(Com Estadão Conteúdo)
Para evitar "efeito-ovo", governo segura divulgação de dados que podem afetar Dilma - InfoMoney
Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/mercados/eleicoes/noticia/3652111/para-evitar-efeito-ovo-governo-segura-divulgacao-dados-que-podemPara evitar "efeito-ovo", governo segura divulgação de dados que podem afetar Dilma - InfoMoney
Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/mercados/eleicoes/noticia/3652111/para-evitar-efeito-ovo-governo-segura-divulgacao-dados-que-podemPara evitar "efeito-ovo", governo segura divulgação de dados que podem afetar Dilma - InfoMoney
Nenhum comentário:
Postar um comentário