O ex-consultor da empresa Toyo Setal Júlio Gerin Almeida
Camargo confirmou, em depoimento prestado hoje (3) perante a Justiça
Federal que pagou R$ 12 milhões ao ex-diretor de Serviços e Engenharia
da Petrobras Renato Duque. De acordo com delator, durante a gestão de
Duque e do ex-gerente Pedro Barusco, as empreiteiras deveriam pagar 1%
dos valores dos contratos com a estatal.
No depoimento, Camargo
afirmou que atuou para garantir que o consórcio formado pela Camargo
Correa e a Setal Óleo e Gás assinasse um contrato com a estatal para a
ampliação da Refinaria Presidente Getulio Vargas (Repar), em Araucária,
no Paraná, obra orçada em R$ 2,4 bilhões.
De acordo com o
delator, quem não pagasse propina às áreas de Abastecimento, então
comandada por Paulo Roberto Costa, e de Engenharia, dirigida por Duque,
"não teria sucesso e não obteria contratos" com a estatal.
"Tinha
como regra 1%, mas isso era muito flexível e, muitas vezes, era
negociado. Paguei em torno de R$ 12 milhões. A maioria dos pagamentos
era feita em contas indicadas no exterior e outra parte em reais, no
Brasil", disse Camargo.
Ele prestou depoimento como testemunha
de acusação dos desvios nas ações penais abertas para investigar as
empreiteiras que foram alvo da sétima fase da Operação Lava Jato,
deflagrada em novembro do ano passado. Antes da operação, o empresário
fez acordo de delação premiada no qual também confirmou o pagamento de
propina aos ex-diretores da estatal. Ele também é réu.
A defesa de Renato Duque afirma que nunca houve recebimento de propina durante sua gestão.
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