Alan Marques/Folhapress
A ex-senadora Marina Silva decidiu se filiar ao PSB e admite a possibilidade de sair como
candidata a vice na chapa do governador Eduardo Campos (PE) nas
eleições presidenciais do ano que vem. A decisão foi tomada após
conversas iniciadas na noite de ontem e concluídas na manhã deste sábado
(5).
Até então, Marina era, assim como Campos, virtual candidata à Presidência da República nas eleições de 2014.
Segundo a Folha apurou, Marina está discutindo com aliados a
melhor maneira de explicar publicamente as razões pelas quais poderia
ser vice na chapa. Em 2010, ela concorreu à Presidência e foi o "fator
surpresa" ao conseguir 19,6 milhões de votos e ficar em terceiro lugar.
O coordenador-executivo da Rede, Bazileu Margarido, disse que o
lançamento de Marina como vice de Campos é "uma possibilidade" no ano
que vem. "A Marina reconhece a candidatura posta do Eduardo Campos e se
dispõe, desprendidamente, a ser vice em eventual candidatura", afirmou.
"Mas a disposição de ambos é de tratar isso com tranquilidade, sem
ansiedade."
Segundo ele, pesou para a decisão de Marina de migrar para o partido de Campos "a aderência programática maior com o PSB".
Para ampliar a força do grupo contra a polarização PT-PSDB, o PPS está
sendo chamado a integrar a coalizão. O partido foi uma das legendas que
ofereceu abrigo a Marina após o veto da Justiça Eleitoral ao partido que
ela tentou organizar, a Rede Sustentabilidade.
A união tem o objetivo de formar uma consistente terceira via na corrida
ao Planalto, em contraposição à candidatura à reeleição da presidente
Dilma Rousseff (PT) e à postulação do oposicionista Aécio Neves (PSDB).
Em sua entrevista ontem, Marina já havia dito que sua decisão levaria em
conta o desejo de "quebrar" a polarização política existente no país.
Desde 1994, PT e PSDB são os principais antagonistas no cenário político
nacional.
Na sexta-feira, enquanto Marina Silva discutia seu futuro com aliados, o
primeiro contato de Eduardo Campos foi feito. Em seguida, ele pegou um
avião para Brasília para ter uma conversa pessoalmente com a
ex-senadora.
FRACASSO DA REDE
A decisão de migrar para o PSB foi tomada após a Rede Sustentabilidade
não ter passado no teste das assinaturas, conforme decisão do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) na última quinta-feira (3). Para disputar
as eleições de 2014, ela precisa estar filiada a um partido político até
hoje.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
O Tribunal negou o registro
por 6 votos a 1, após concluir que seus organizadores não alcançaram o
respaldo popular exigido pela legislação, de pelo menos 492 mil
eleitores --faltaram quase 50 mil assinaturas.
As esperanças da Rede começaram a ruir logo no início da sessão, com o
voto da relatora do processo, Laurita Vaz, que considerou "inconcebível
no ordenamento jurídico" o pedido da Rede para que o TSE aceitasse quase
100 mil assinaturas rejeitadas sem justificativa pelos cartórios
eleitorais nos Estados.
Depois do naufrágio no TSE, Marina passou a discutir o convite recebido
por oito legendas, tendo centrado seu foco no PSB e no PPS devido a dois
fatores: serem duas legendas com integrantes e atuação relativamente
similar à da Rede Sustentabilidade e terem já estruturas montadas
nacionalmente e nos Estados.
De acordo com a última pesquisa do Datafolha, do início de agosto, Dilma
lidera a corrida para 2014, com 35% das intenções de voto. Marina tinha
26%. Aécio (13%) e Campos (8%) vêm logo em seguida.
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