O
prefeito de Pitanguá perde o cargo, acusado de corrupção, e sua mulher,
uma adestradora de cães, de uma hora para outra, se vê obrigada a
assumir o lugar. Ela ocupava o decorativo cargo de vice-prefeita porque
acreditou na conversa mole do marido de que jamais precisaria fazer
qualquer coisa ao aceitar a posição.
Reinaldo (Tony Ramos) e
Aurora Rangel (Denise Fraga) são como água e vinho. Enquanto ele desviou
dinheiro público construindo um estádio de futebol padrão Fifa, o
Pitangão, ela entende que o local deve servir de abrigo para os
moradores do bairro mais pobre da cidade, que perderam suas casas numa
enchente.
“A verba que o patrão desviou pra construir o estádio
era toda pra minha comunidade”, diz Consuelo (Luciana Carnieli), a
empregada, ao pedir a Aurora demissão da residência da família Rangel.
Eis, em linhas gerais, o ponto de partida
de “A Mulher do Prefeito”, seriado em 12 episódios que a Globo estreou
no pior horário de sua grade, às sextas-feiras, às 23h20, depois do
“Globo Repórter”. “Qualquer semelhança com a realidade é mera ficção”,
diz a chamada do programa.
A partir de uma ideia de Mauricio
Arruda, “A Mulher do Prefeito” foi desenvolvida pela O2, de Fernando
Meirelles, que já fez algumas parecerias com a Globo, como as séries
“Cidade dos Homens”, Antonia” e “Som e Fúria”. A direção é de Luis Vilaça, marido de Denise, e o roteiro tem a assinatura de Bernardo Guilherme e Marcelo Gonçalves.
Sátira
com referências óbvias à política brasileira mais rasteira, o seriado
envereda por um caminho menos batido, ao girar em torno não do político
corrupto, mas da personagem que dá título à história. Honesta e ingênua,
Aurora Rangel faz o contraponto ao marido safado, infiel e corrupto.
Sem
a mesma riqueza que o trabalho mais recente de Vilaça e Denise, a série
“3 Teresas”, apresentado pelo GNT, “A Mulher do Prefeito” aposta numa
abordagem mais leve e num humor mais direto, sem muita sutileza, mas ainda assim agradável, distante da grosseria.
Além
de Tony Ramos e Denise, a série conta ainda com dois outros bons
atores, Felipe Abid, como Seixas, o braço-direito do prefeito, que passa
a assessorar a vice-prefeita, e Malu Galli, como Maria Fernanda, a
presidente do clube de futebol da cidade, que tem uma queda por Rangel.
Na
comparação com a última série que a Globo exibiu neste horário, “O
Dentista Mascarado”, “A Mulher do Prefeito” é um alívio. Enfim, uma
comédia que diverte e faz rir.
Em tempo: Segundo
dados prévios do Ibope, “A Mulher do Prefeito” registrou 15 pontos, dois
a menos do que “Dentista Mascarado” em sua estreia. Último programa
exibido neste horário, a novela “Saramandaia” teve audiência média de 15
pontos.
uol
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