Bombeiros e perícia ainda avaliam a situação do edifício que pegou fogo na noite desta quinta-feira
Do R7
O escritório da ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza,
pegou fogo na noite desta quinta-feira (31), véspera da 27ª fase da
Operação Lava Jato. O Corpo de Bombeiros de São Paulo informou, em seu
Twitter, que seis viaturas participaram do combate ao incêndio, por
volta das 22h, que não deixou vítimas.
Meire disse, em conversa exclusiva ao R7, que ainda não
foi ao local e que a perícia ainda não deixou os funcionários entrarem
no local. Segundo ela, no mesmo local há sete escritórios e ainda não se
sabe onde o fogo começou.
Questionada sobre a possibilidade de haver uma ligação entre o incêndio e
a 27ª fase da Operação Lava Jato, Meire disse que esperar que não.
— Se eu imaginar isso, não saio de casa mais. A Lava Jato já deixou a minha vida de cabeça para baixo.
Operação Lava Jato
Na Operação Carbono 14, a 27ª fase da Operação Lava Jato,
realizada nesta sexta-feira (1º), foram presos o ex-secretário geral do
PT Silvio Pereira — envolvido no esquema do mensalão — e o empresário
de Santo André (SP) Ronan Maria Pinto.
A 27ª fase da Operação Lava Jato, iniciada nesta sexta-feira (1º), poderá reabrir a investigação sobre a morte do ex-prefeito
de Santo André (SP) e então coordenador da campanha eleitoral de Luiz
Inácio Lula da Silva à Presidência em 2002, Celso Daniel (PT).
De acordo com as investigações da PF, o empresário de Santo André teria
recebido R$ 6 milhões em troca do seu silêncio sobre nomes de pessoas
envolvidas com a morte do então prefeito da cidade Celso Daniel (PT) —
ele estava em seu terceiro mandato.
Em despacho do juiz Sérgio Moro, no ano passado, Meire Bonfim Poza,
ex-contadora de Youssef, chamada a depor na Polícia Federal sobre
documentos apreendidos na Lava Jato, declarou que emitiu, em dezembro de
2013, a pedido do doleiro, notas fiscais de suas empresas AJPP Serviços
Educacionais, no valor de R$ 964.350, e Arbor Contábil, de R$
1.435.500, em favor da empresa IT7 Sistemas Ltda., por serviços que não
foram prestados.
Ela afirmou que as notas foram emitidas para acobertar transferência de
recursos cujo destinatário seria Leon Denis Vargas Ilário, irmão de
André Vargas. O dinheiro teria sido entregue aos irmãos Vargas.
"As notas fiscais fraudulentas foram emitidas pela filial da IT7 em
Curitiba. Referida empresa mantém contratos com diversas entidades
públicas, como a Caixa Econômica Federal, o Serviço Federal de
Processamento de dados, Celepar, CCEE entre outras. Somente no ano de
2013, por exemplo, a IT7 recebeu da Caixa Econômica Federal cerca de
cinquenta milhões de reais", diz o juiz.
O magistrado explicou, na decisão, que 'há prova documental dessas
mensagens eletrônicas, o que corrobora as declarações de Alberto Youssef
e Meire Pozza sobre os fatos', inclusive que os valores se destinavam a
André Vargas e Leon Vargas.
"Há prova documental dessas transações, com as notas fiscais
fraudulentas. A emissão dessas notas e a elaboração de contratos para
justificá-los foram objeto de mensagens eletrônicas trocadas entre Meire
Pozza e Leon Vargas", afirmou o juiz. "Também foi objeto de mensagens
eletrônicas trocadas entre Meire Pozza e Marcelo Simões, da própria IT7
Sistemas.
Além de André Vargas, foram presos na 11ª etapa da Operação Lava Jato,
os ex-deputados Luiz Argôlo (SD-BA) e o ex-parlamentar já condenado no
mensalão e atualmente cumprindo pena no regime semiaberto, Pedro Corrêa
(PP-PE). O nome da operação faz referência às investigações dos
ex-parlamentares, cujo envolvimento com o esquema do doleiro Alberto
Youssef foi descoberto nas primeiras etapas da operação, no ano passado.
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