Empresa foi paga pelo comunista em dezembro de 2013, três meses antes da entrega do Prêmio 19 de Março
Atual7
O ex-presidente do Instituto Brasileiro de Turismo, Flávio Dino, pré-candidato pela oposição ao governo estadual pelo PCdoB, pagou para ter direito ao Prêmio 19 de Março, concedido à Embratur pelo Instituto Negócios Públicos do Brasil Estudos e Pesquisas na Administração Pública Ltda, durante o 9º Congresso Brasileiro de Pregoeiros, em Foz do Iguaçu, no Paraná, na metade de março deste ano.
Divulgado como grande feito por um site pertencente a uma assessora sua de campanha e de partido, o troféu já havia sido recebido pela Embratur desde a época do evento, embora o site do comunista – e outros financiados pela Prefeitura de São Luís por meio de uma agência de publicidade da capital – tenha falseado a informação e estrategicamente publicado que a premiação foi entregue somente nesta semana.
De acordo com o Diário Oficial da União, em dezembro de 2013, Flávio Dino pagou, por inexibilidade de licitação, R$ 12.520,00 para que subordinados seus na Embratur pudessem inscrever o Edital nº 05/2013, superfaturado em R$ 2.999.999,97 de acordo com relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU), no 9º Congresso Brasileiro de Pregoeiros. É que, pelo regulamento do evento, para ter direito ao prêmio, os participantes deveriam desembolsar R$ 3.595,00 cada.
O valor dava direito ainda, dentre outras coisas menores, à revistas que fazem propaganda da empresa que recebeu o dinheiro pago por Dino e a um ‘certificado de participação registrado em cartório’. Caso apenas três subordinados do comunista tenham participado do evento, o valor total chegaria a apenas R$ 10.785,00 e não os R$ 12.520,00 pagos com dinheiro público. No caso de quatro terem participado, o valor ultrapassaria o dispêndio efetuado pelo ex-presidente da Embratur, pois alcançaria R$ 14.380,00.
Em contato com o Atual7, um dos financiadores do movimento Diálogos pelo Maranhão acabou vazando que estratégia de falsear a data de entrega do prêmio teria dois motivos. O primeiro seria o de abafar a revelação de que a ‘vice’ de Dino, a pedetista Rosângela Curado, desviou R$ 8 milhões do SUS, quando encabeçava uma quadrilha que cobrava por atendimento a pacientes que já estavam mortos. A outra seria passar a imagem de que o oposicionista foi um gestor competente e honesto quando comandou a caneta da Embratur, também para ‘abafar de vez’ o relatório da CGU que apontou superfaturamento na licitação premiada no 9º Congresso Brasileiro de Pregoeiros.
Não quis responder
O Atual7 procurou o ex-presidente da Embratur, insistentemente, por meio de seu telefone pessoal, para que esclarecesse o porque do falseamento da informação, o repasse de verba pública à empresa que premiou uma licitação superfaturada em sua gestão, e sua ligação com Curado. Como em outras vezes, porém, o comunista preferiu não atender e nem retornar as várias mensagens e ligações.
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