Desde o começo da aventura que vai chegando ao fim, Luis Fernando é uma criatura com dois criadores: Roseana e Jorge Murad. Todo o mundo político maranhense sabe que o senador Sarney nunca acreditou nessa invenção. O deputado Sarney Filho divergiu e a briga com a irmã foi grave, por conta do comportamento sabidamente irritadiço da governadora. Roseana e Jorge Murad escolheram o amigo Luís Fernando, que toca violão com eles e tem fidelidade canina ao grupo Sarney, e tentaram empurrar goela abaixo de todo mundo.
A cúpula nacional do PMDB dá sucessivas demonstrações de que não leva a sério um candidato que ninguém sabe quem é, e que nunca teve nenhuma experiência de alcance nacional. Os lançamentos de Luís Fernando já foram marcados e cancelados três vezes. Num deles, em Coroatá, onde o famigerado Ricardo Murad seria o anfitrião, chegou a haver anúncios públicos, mas nem os ministros Lobão e Gastão Vieira quiseram aparecer.
A situação no PT é igualmente difícil. João Santana, o marqueteiro da presidenta Dilma, sabe e já avisou que um novo apoio do PT ao grupo Sarney no Maranhão será desastroso para o projeto eleitoral nacional, sobretudo depois do escândalo de Pedrinhas. Rui Falcão, presidente nacional do PT, foi dizer isso a Roseana e ouviu um piti de mais de uma hora. A consequência é que agora ele só fala que o grupo Sarney é mesmo uma oligarquia atrasada.
Mas a pior notícia veio com a pesquisa DATA M, registrada na Justiça Eleitoral. A candidatura de Roseana Sarney para o senado também está inviabilizada: baixa intenção de votos, alta rejeição e governo avaliado como péssimo.
O quadro é tão ruim que Luís Fernando agora só anda sozinho no interior do Maranhão, deixando Roseana em casa. O problema é que a criatura não existe sem a criadora, mas se a criadora não tem votos nem para ela, como ela vai carregar a criatura?
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