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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Apagão atinge consumidores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste

folha de são paulo

Uma falha no sistema elétrico interrompeu parte da transmissão de energia entre o Norte e o Sudeste do país na tarde desta terça-feira (4), causando falhas no abastecimento de diversas cidades. Mais de um milhão de unidades consumidoras ficaram sem energia.

O Ministério de Minas e Energia, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) informaram estar cientes do problema e que ainda estão tentando dimensionar o impacto.


O problema, de acordo com o ONS foi corrigido, mas ainda não houve tempo hábil para religar todas as áreas afetadas.

Ainda segundo o ONS, a "perturbação" no sistema de transmissão de energia ocorreu das 14h03 às 14h41. A falha foi identificada na ligação entre Colinas (TO) e Serra da Mesa (GO), interrompendo o fluxo de 5 mil MW.

O ONS não informou que tipo de problema ocorreu, se de ordem física (incidente com a rede), ou ainda se o episódio está relacionado ao fato de a demanda estar atingindo níveis históricos, em período de estiagem nos reservatórios.

O incidente ocorre quase 24 horas depois de o ONS ter registrado recorde de demanda instantânea de energia, no Sistema Integrado Nacional, de 84.331 MW, às 15h32 desta segunda-feira, e no subsistema Sudeste-Centro Oeste, de 50.854 MW, um minuto depois.

A causa dos picos de consumo, segundo o operador, são as elevadas temperaturas registradas em todo o país.

SÃO PAULO E RIO
A Eletropaulo, que atende a capital paulista, além de municípios da região metropolitana de São Paulo, informou o fornecimento foi afetado nos bairros de Capão Redondo, Pedreira, Cidade Ademar, Mooca, São Mateus, Vila Prudente, Itaquera, Vila Mariana, Guaianases e Vila Matilde.

Também ficaram sem energia clientes nos municípios de Cotia, Vargem Grande Paulista, Embu e Diadema.

Ainda segundo a Eletropaulo, o fornecimento já foi normalizado.

Também houve queda de energia em cidades atendidas pela CPFL, no interior do Estado.

No Rio de Janeiro, cerca de 600 mil unidades consumidoras foram prejudicadas pelo desligamento de 17 subestações de energia. O desligamento foi feito por determinação do ONS.

A decisão, segundo o ONS, teve como objetivo evitar a propagação dos danos causados pela "perturbação" no sistema. O fornecimento de energia foi interrompido em bairros da Zona Norte e Zona Oeste, na capital fluminense, além de áreas da Baixada.

SUL E OUTROS ESTADOS

Houve problemas também no Paraná. A Copel (Companhia Paranaense de Energia) informou que 548 mil unidades consumidoras –13% do total de clientes da empresa– foram desligadas preventivamente.

Perto das 16h a Copel informou que foi autorizada pelo ONS a religar o sistema, e que a energia já havia sido restabelecida para os consumidores paranaenses.

Em Santa Catarina, o apagão atingiu diversas cidades. De acordo com a Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina), 110 mil unidades consumidoras estão sem energia, ou 4% das 2,5 milhões que são atendidas pela companhia.

Às 14 horas, segundo a Celesc, 11% das unidades atendidas ficaram sem energia.
No Rio Grande do Sul, 11 municípios ficaram sem luz na área atendida pela RGE, uma das distribuidoras de energia no Estado e que atende 264 municípios. A distribuidora diz que a falta de luz foi parcial, atingindo apenas alguns bairros de cada cidade. Às 16h, o fornecimento já havia sido normalizado.

Também houve falhas de energia em Cuiabá e em outras cidades do Mato Grosso.

DESABASTECIMENTO

Para explicar a situação, o Ministério de Minas e Energia convocou uma coletiva de imprensa às 17 horas desta terça-feira (4).

O ministro Edison Lobão não confirmou presença. Devem explicar o caso o secretário executivo do Ministério, Márcio Zimmermann, e o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim.

Nesta segunda-feira (3), em evento no Palácio do Planalto, o ministro chegou a afirmar que o baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas no país não representava "nenhum risco de desabastecimento".

Estimativas da EPE indicam que os reservatórios no Sudeste enfrentam a pior situação desde 1953.

Por causa da necessidade de uso de termelétricas para atender a demanda (usinas que funcionam com a queima de carvão e óleo combustível, por exemplo) o governo já estuda fazer novos desembolsos do Tesouro, que a partir do ano que vem podem recair sobre a tarifa do consumidor.

A mesma fórmula foi usada ano passado para cobrir os gastos também com uso das usinas térmicas. 

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