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terça-feira, 3 de setembro de 2013

ENTREVISTA COM O EX PREFEITO JONES BRAGA



Nos encontramos na sexta feira, 30 de agosto de 2013, no Restaurante do SENAC, que teve como cardápio do dia, mariscos, e, ao som de piano, nos deliciamos com os sabores de mexilhões grelhados, Salmão, Lula gratinada, saladas verdes, etc.

Dessa vez o entrevistado foi o ex-prefeito JONES BRAGA, atual diretor presidente do INMEQ. Governou Nina Rodrigues por dois mandatos, onde garante que fez um governo revolucionário, com altos e baixos, mas que assegura que tudo que fez foi motivado pela melhoria da qualidade de vida da população. E deixa claro que ainda tem vontade de colocar seu nome à disposição da comunidade, para um novo mandato de prefeito. Vejam:


PERGUNTADO DE COMO FOI O SEU GOVERNO EM NINA RODRIGUES, RESPONDEU:

Que sua administração, foi um período de transição na administração pública, não no Estado mas em todo Maranhão. Colocou em prática uma nova cultura administrativa em Nina Rodrigues, nomeando pessoas com experiências e competentes para desenvolver um bom trabalho à frente das Secretarias, tais como: Na Secretaria de Saúde o Dr. Luis Lemos, Auditor de Saúde, que encontrou o hospital municipal fechado pela administração anterior. Na Secretaria de Educação trouxe um filho da cidade, o pedagogo Nildo Braga, com experiência na área educacional em outros Estados.

No início de sua administração encontrou 70% dos servidores ganhando R$ 40,00 (quarenta reais), quando o salário da época seria de R$ 112,00 (cento e doze reais). Com os salários atrasados por cinco meses, sendo que até a Câmara Municipal também se encontrava atrasada por três meses.

Decretou estado de emergência, no município, pois o prédio da Prefeitura estava todo sucateado, em vias de cair e com várias rachaduras, funcionando durante cinco meses na Escola Henrique de La Roque. Reformou todo o prédio e comprou móveis novos. Descentralizou as ações das secretarias, colocando-as em prédios próprios. Para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e da Ação Social nomeou a Fisioterapeuta e Socióloga Patrícia Braga, implantando o programa jovem cidadão, custeado com recursos próprios, o primeiro programa de distribuição de renda em Nina Rodrigues. Nesse programa os jovens recebiam todo tipo de orientação. Naquela época não existia bolsa família. Os jovens para participar ganhavam quarenta reais, pagos com recursos da Prefeitura. Criou a casa do idoso, promovendo viagens para vários lugares do país.
Na Secretaria de administração, trouxe a Senhora Adalgisa, Ex-diretora Administrativa do IPEM, Coletora, para reestruturar todo o quadro administrativo. Já no seu segundo mês de mandato, determinou que nenhum servidor municipal ganhasse menos que o salário mínimo, e o professor passou a ganhar o dobro do salário mínimo. Situação que disse ser inédita.

Aponta ainda uma situação sobre o Instituto de Previdência Municipal para driblar o INSS. Feita por seu antecessor.

Quando assumiu, o Instituto não tinha nenhum valor em sua conta. Pois o ex prefeito fez um remendo contábil, informando que o dinheiro do fundo teria emprestado para a Prefeitura.

Após auditoria do INSS, extinguiu o fundo. Passando o INSS a descontar os valores que o Prefeito tinha usado no passado. Refletindo nas contas do Município, atrasando os salários, devido o INSS bloquear todos os valores das contas do Município.

Acrescentou que no seu primeiro mandato, deixou todos os funcionários pagos, inclusive o décimo terceiro. Referentes às práticas administrativas mudou a forma de gerenciar a coisa pública, criando critérios para isso.

O avanço administrativo de sua gestão aponta que dos caminhos de acessos, fez estradas vicinais, como a dos macacos, gato, ponte da arariba, Amapá da Lucinda, ilha, mucanbinho, São Josezinho etc.

Fez ainda estrada de Nina Rodrigues para a Paulica, com recursos próprios, perfazendo 120 Km durante os oitos anos de mandato. E que após esse tempo somente foram feitos 30 km.

Reformou os prédios das escolas municipais. Iniciou o transporte escolar no Município. Alugou ônibus para transportar alunos para as escolas. Fez convênio com a UEMA, para que os professores se capacitassem, fazendo o terceiro grau.

Fez concursos, onde nenhum foi questionado na justiça, pois os adversários passavam e eram chamados. Demonstrando a seriedade de sua administração.

Implantou ainda o Estatuto do Magistério, o Plano de Cargos e Carreiras, dando condição para um trabalho de forma digna aos professores.

Com relação a estruturação da cidade, fez dois conjuntos habitacionais: o Vila Madalena, depois fez o Vila Izabela, todos com 100 casas. Fazendo ainda melhorias de casas na cidade, construindo mais casas do programa casulo nos povoados Cachoeirinha e Estica, totalizando quinhentas casas populares.

Fez a melhoria do sistema de abastecimento de água do município.

Na melhoria da cidade colocou 11 km de asfalto dentro da cidade. Fez melhorias na Avenida José Rodrigues de Mesquita, com recursos próprios. Fez o prédio da Câmara Municipal, fez o Viva Balaiada, com o convênio do Governo Estadual, que hoje está deteriorada. À época não haviam plantas na cidade, plantou duas mil mudas.

Deu um salto na forma de administrar implantando uma cultura nova, práticas novas, respeitando o funcionário municipal. Não fez jogatina salarial, de dar cinquenta, cem reais, para quem quer que seja, dividindo para 10 pessoas o salário mínimo. E foi assim que Nina Rodrigues passou a ser vista positiva no meio político.

Hoje vê o município como o que mais avançou na forma de administrar no Maranhão.
O meu maior troféu (disse), foi este, ter saído da Prefeitura sem ter nenhuma acusação de ter desviado, ou usado de forma indevida recurso público, pois todas as minhas prestações de contas foram aprovadas, tanto pela Câmara Municipal, quanto pelo Tribunal de Contas do Estado. Isso é uma demonstração de que nunca me omiti e sempre tentei fazer as coisas acontecerem.

ONDE VOCÊ MAIS ERROU NA SUA ADMINISTRAÇÃO?

Tentar fazer mais que a capacidade do município, fazendo obras com recursos próprios. Hoje tudo deve ser feito com planejamento, com cronograma de execução, gastando somente o que se tem. Com participação da população. Discutindo o que é mais necessário o que é mais urgente.

Não media esforços para fazer as coisas, fazendo-as com recursos próprios. O que em muitos casos, chegou a atrasar pagamentos com fornecedores.

REFERENTE AOS ATRASOS DOS PAGAMENTOS DOS FORNECEDORES:

Falou que tentava trazer o melhor para a população de Nina Rodrigues. Chegando a dar fardamento para as crianças, fazendo estradas com recursos próprios, sacrificando alguns recursos em prol da melhoria de vida da população. Como exemplo, disse que abriu várias ruas, e, após sua saída, nunca mais fora aberta nenhuma rua.

SOBRE O GOVERNO DA IARA QUARESMA, O QUE VOCÊ TEM A FALAR?

Pelo fato de ter sido prefeito, tenho dificuldade em falar sobre o governo que me sucedeu, se fez menos, igual ou pior que o meu. Até porque ficaria na função de julgador, e que não quero ter essa prepotência. Acho que a própria população é que tem que ver e analisar a administração como um todo e não como uma parte.

Não é porque um funcionário recebia todo mês aquela fração, pois administrar um Município não resume somente a pagamento de funcionário, a população é um todo, e precisa que o hospital funcione, os postos de saúde nos povoados, como era no povoado Ilha, Santa Izabel e São Domingos do Chiquito, na minha época, onde tinham medicamentos e os médicos estavam atuando indo semanalmente com a equipe do PSF.

Esses cuidados que se deve ter fomentar as práticas na saúde, educação, no gerenciamento da coisa pública, ter o zelo. O Prefeito tem que ter uma preocupação com o Município como um todo, onde todas as suas ações alcancem o cidadão, que é a pessoa mais carente e mais necessitada.

Quando fui Prefeito não havia essa quantidade de programas sociais que existe hoje, e que facilita muito a vida do prefeito. Por que são pouquíssimos os cidadãos de baixa renda que não é inserido em algum programa do governo Federal. Fazer casa hoje é muito fácil. Então hoje o Prefeito deverá ter sua visão para a saúde e educação e para a juventude, como programa de socialização, onde o jovem tenha um norte e definição de sua vida.

MESMO A EX-PREFEITA FORA, HOJE SEU NOME AINDA É BASTANTE FALADO QUANDO SE TRATA DE REELEIÇÃO. O QUE VOCÊ PENSA SOBRE ISSO?

As pessoas que faziam parte e se beneficiavam da administração dela, estão com saudade e com lembranças, em função disso fica o saudosismo. Eram pessoas eram mantidas com clientelismo. Isso não é popularidade.

Toda minha vida é respaldada em prática. A forma de administrar e utilizar um recurso público isso que faz o diferencial. O meu diferencial é que fui auditado pela CGU, dois anos da minha administração e que envolvia o hospital construído na minha administração. E não foi encontrada nenhuma irregularidade. Porquê?

A forma de você conduzir o trato da coisa pública, obedecendo as Constituições e as Leis que norteiam a administração pública. Isso foi sempre visto e respeitado por mim. A prova disso é que todas as minhas contas foram aprovadas. Esse é meu diploma de bom prefeito.

A demonstração da lisura de uma administração é o prefeito ter todas as suas contas aprovadas, não ser investigado pela Polícia Federal.

REFERENTE AO SEU FUTURO POLÍTICO.

Não sou candidato a Deputado, tenho muita vontade, mas não tenho condições financeiras. Gostaria de ser Deputado para defender realmente a integração de toda a Região do Munim, interligando as regiões.

Lamentavelmente hoje a maioria dos Deputados não representam os anseios do eleitor. E todos estão relacionados a interesses imediatos. Não se vê Deputado questionando a situação de uma região.

COMO É O SEU RELACIONAMENTO COM O DEPUTADO FÁBIO BRAGA?

O Fábio (Braga) é nosso primo, não tenho nada pessoal contra ele. Acho que o seu maior defeito é o de não ter conseguido amadurecer politicamente. Ele é muito bem relacionado politicamente, fato que não transformou esse relacionamento em beneficio para nossa região. É da base da Governadora Roseana, muito amigo do Presidente Sarney. Mas suas ações são tímidas na nossa região, ele poderia ter avançado mais.
Pode sim apoia-lo, mas defendo uma discussão sobre o que ele pode fazer para acrescentar na nossa região. Não tomo decisão sozinho, tenho um grupo e respeito a ideia de cada um, se for bom para Nina Rodrigues, e se houver um compromisso nesse sentido. Acho positivo.

Acho que o Fábio precisa aprimorar sua visão, no sentido de usar e defender a bandeira de sua região.

COMO ESTÁ SEU GRUPO POLÍTICO?

Em Nina Rodrigues existe somente dois grupos políticos. O grupo da Iara e o grupo do Ex Prefeito Jones Braga, o Prefeito atual é produto do grupo da Iara, embora ele tenha surgido do nosso grupo, migrando para o grupo da ex prefeita Iara.

Ele levou alguns componentes do nosso grupo, mas na verdade hoje ele representa o grupo da ex prefeita Iara, do qual foi eleito.

Embora nosso grupo possa ter diminuído o poder de votação, mas teve um percentual de votação que em qualquer lugar um percentual acima de 30%, é considerado uma quantidade de voto expressiva. Em que pese as limitações do nosso candidato, ele teve uma quantidade expressiva de votos do nosso Município. O prefeito não tem grupo político ainda.

NUMA FUTURA COMPOSIÇÃO, SEU GRUPO É MAIS PROPENSO A IR PARA O LADO DO PREFEITO OU DA IARA?

Essa leitura ainda não conseguir fazer, o que se comenta em Nina Rodrigues, e que eu tenho me mantido distante, sei que é muito cedo para fazer juízo de valor ou de previsão do que possa ocorrer. Na verdade somente a partir do ano que vem ou após as eleições que se pode fazer qualquer percepção.

Nesse momento é muito cedo para se ter uma percepção.  Não se sabe se o Riba irá continuar no grupo da ex prefeita Iara, ou se haverá uma separação, ou se haverá união de dois grupos. Agora o impossível não existe na política, desde que haja diálogo. O que se deve ter é ética, e respeito com a população. Não se pode fazer política como se tivesse fazendo negócio de uma empresa deve-se fazer com diálogo.  

COMO CIDADÃO DE NINA RODRIGUES, QUAL SUA AVALIAÇÃO SOBRE O GOVERNO ATUAL?

Tenho dificuldade de fazer qualquer comentário, até porque já fui Prefeito. Como cidadão, eu tenho estado muito pouco em Nina Rodrigues, a informação que me chega é que a administração não vai bem. É muito cedo ainda para se fazer qualquer comentário concreto, sobre o que está acontecendo ou que irá ocorrer.

Na verdade para se ter uma avaliação correta, somente com o fim do primeiro ano. Já no segundo ano ai você já sabe pra que rumo está indo a administração.

VOCÊ ACHA QUE A GOVERNADORA TEM CONDIÇÃO DE ELEGER O CANDIDATO APRESENTADO POR ELA?

A política é dinâmica, a eleição somente ocorrerá daqui a um ano, muitas coisas aconteceram, havendo muitas transformações. Agora mesmo, meses atrás houve um movimento no Brasil, que mudou a forma de pensar política no Brasil. Muitas práticas foram mudadas. Analisando o perfil do pré-candidato Luis Fernando, que tem experiência, já foi Prefeito de São José de Ribamar, com um poder de articulação que ele tem demonstrado, vejo que ele reúne condições de ser o sucessor da Governadora Roseana. Entendo que não será fácil, será uma eleição polarizada onde se tem um candidato com discurso de uma oposição, que perdeu a última eleição para a governadora Roseana, e que é conhecido em todo interior do Maranhão, e um candidato do governo. São dois discursos diferentes, agora vejo mais pelo preparo do nosso candidato, vejo com muita perspectiva positiva a sua eleição.

SOBRE SUAS PRETENSÕES POLÍTICAS PARA O FUTURO.

Aprendi que o que tiver que ser, será. Nada acontece com imposição, pois esta tem retorno amargo, eu gosto de fazer política, nasci na Manga do Iguará, cresci e tenho apego muito grande às minhas origens e minhas raízes. Ser prefeito de Nina Rodrigues foi minha maior experiência de vida que tive. Errei, mas acertei mais que errei. Tudo que fiz foi tentando fazer o melhor para Nina Rodrigues, sempre fazendo as coisas dentro de um campo chamado legalidade.

Jamais tentei me locupletar com recursos públicos do Município, tanto é que sai da Prefeitura, e não comprei nenhum comércio, não constitui nenhuma empresa, eu não fiz nenhuma cerâmica. Na verdade eu continuo servidor público. Moro numa casa financiada pela Caixa Econômica, paga com o meu salário, e vivo com o que ganho. Tenho 32 anos de carteira assinada. Hoje exerço uma função de chefia de uma Autarquia Estadual.

Ser ou não ser candidato a prefeito depende da população, ela que vai dizer. Não será pela minha vontade pessoal.

Se as forças políticas de Nina Rodrigues, acharem que eu ainda tenho condição de acrescentar alguma coisa, de fazer o melhor pela minha cidade, eu não sou de recusar desafios.

Na última eleição que disputei, com a candidata Iara,  que era candidata do Governo do Estado, com R$ 3.900,000,00 (três milhões e novecentos mil reais) de convênios.

Perdemos com uma margem de 600 votos. A Prefeita tinha a prefeitura e o apoio do governo do Estado e eu não tinha dinheiro. A eleição não foi decidida pelo povo de Nina Rodrigues, foi decidida pelo povo que vive fora de Nina Rodrigues, isso é incontestável.

Dizer que sou ou não candidato. Eu não recuso a luta. Se as pessoas de Nina Rodrigues achar que podemos construir um projeto novo que tenha objetivo de melhorar a vida da população, eu me coloco à disposição.

HÁ COMENTÁRIOS EM NINA RODRIGUES QUE HOJE A PONTE QUE LIGA O POVOADO SÃO DOMINGOS À NINA RODRIGUES, NÃO FOI FEITA EM FUNÇÃO  DA SUA INTERFERÊNCIA JUNTO AO GOVERNO. O QUE VOCÊ TEM A DIZER SOBRE ISSO.

Primeiro lugar eu não sou do PT, em segundo lugar, não tenho esse poder. Tinha uma relação com o Monteiro, em função do PT ter se aliado politicamente comigo. Jamais iria concordar com isso.

O que acontece é que não foi feito os projetos corretos, não aprovavam a licença ambiental, e o processo caducou. Eles não tiveram habilidade para apresentar o projeto em tempo hábil, e com isso o dinheiro voltou para Brasília. Falta de articulação e preparo do governo municipal da época.

Eu não tinha poder político, tampouco interesse, de inviabilizar uma obra desse porte.
Isso é falácia, do governo da época, para tentar encobrir os erros jogando para mim a culpa, para que colham os dividendos políticos.

Essa politicagem é coisa do passado, a incompetência de uns jogam para os outros. O que eles deveriam ter feito é assumido, dizendo que não deu pra fazer.

Na verdade eu sou um dos maiores defensores da construção dessa ponte, eu não tive condição de fazer. Como eu não tive recursos para fazer e tenho condição de impedir sua construção? Isso é uma força desproporcional sem nexos.

peixecombatatanews




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