TV dos irmão Fernando e Roseana Sarney veiculou entrevista da corregedora-geral da Justiça fora do contexto em que foi dada.
Parte do império de comunicação da família Sarney, a TV Mirante, de
propriedade dos irmão Roseana e Fernando, é acusada pela
corregedora-geral da Justiça, desembargadora Nelma Sarney, tia da
governadora, de ter fraudado uma entrevista sua acerca da crise no
Sistema Penitenciário do Maranhão.
PRA LÁ!
A tia de Roseana e corregedora-geral da Justiça, Nelma Sarney, que não
aceitou levar a culpa
pelo caos e jogou a bola de volta para o Governo
do Estado. Foto: Divulgação / TJMA
Em nota encaminhada à imprensa, Nelma Sarney afirmou que a Mirante
veiculou, no último dia 8, uma entrevista sua fora do contexto em que
foi dada. A reportagem teria passado a ideia de que a corregedora-geral
da Justiça assumiu ou atribuiu ao Poder Judiciário a responsabilidade
pela causa da superpopulação no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
O Atual7 buscou pela entrevista da reprodutora da
Globo no portal G1 MA, responsável por arquivar as edições dos
telejornais da TV Mirante. A entrevista, no entanto, já foi deletada.
Confira a nota:
Nota aos juízes do maranhão
Tendo em vista reportagem veiculada no Jornal do Maranhão 2ª
edição, da TV Mirante, de 08 de janeiro, especificamente no que trata da
entrevista da corregedora-geral da Justiça do Maranhão, desembargadora
Nelma Sarney, acerca da crise no Sistema Carcerário do Maranhão, a
corregedora faz os seguintes esclarecimentos aos juízes do Maranhão e à
sociedade:
1. O trecho da entrevista veiculado na reportagem não corresponde ao contexto em que a mesma foi concedida;
2. O foco da entrevista era informar que medidas concretas a
Corregedoria Geral da Justiça já havia adotado com o fim de contribuir
para a solução da crise no sistema prisional. Ao contrário do que foi
veiculado na reportagem, em nenhum momento a corregedora-geral da
Justiça assumiu ou atribuiu ao Poder Judiciário, nem a qualquer de seus
membros, a responsabilidade pela causa da superpopulação no Complexo
Penitenciário de Pedrinhas;
3. Outros dois pontos abordados trataram da possibilidade de
transferência de presos para presídios federais e sobre a superpopulação
carcerária. Quanto à transferência, foi afirmado que essa é uma medida a
ser adotada pela Secretaria de Administração Penitenciária e pelos
juízes competentes para cada caso, considerando a autonomia que estes
têm para decidir sobre a questão;
4. A Corregedoria da Justiça esclarece que a superpopulação
carcerária é consequência da falta de vagas nas unidades prisionais para
atender o quantitativo de presos. Reforça que o problema se agrava pela
ausência de mais de duas mil vagas no Sistema Penitenciário e pela
falta de unidades prisionais em todo Estado, ficando a população
carcerária concentrada no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, na
capital. Enfatiza que a política carcerária, hoje, no Brasil fere o
Pacto da São Jose da Costa Rica, do qual o Brasil é signatário desde
1992, e a nossa Constituição Federal.
5. A corregedora-geral da Justiça desde o início da crise vem se
manifestando solidária em apoiar as instituições envolvidas em
solucionar o problema carcerário, promovendo, inclusive, reuniões
interinstitucionais para discussão e solução da problemática.
6. Destaca que a condição provisória dos presos não é ilegal e
que a soltura, indiscriminada, dos presos, ainda que provisórios, podem
colocar em risco o próprio povo maranhense.
7. A desembargadora Nelma Sarney reforça que os magistrados vêm
cumprindo efetivamente o seu papel institucional no sentido de garantir a
paz social, fato comprovado pelos mais de onze mil mandados de prisão
emitidos pelos juízes e ainda não cumpridos pelas forças policiais.
8. A Corregedoria Geral da Justiça comunica que todas as medidas
já adotadas foram comunicadas à Corregedoria Nacional da Justiça – CNJ.
9. Por fim, a corregedora-geral destaca seu apoio incondicional e
confiança nos juízes do Maranhão, reforçando que seu objetivo maior é a
valorização dos magistrados nos aspectos de segurança, saúde e
infraestrutura, visando a garantir melhor prestação dos serviços à
sociedade.
São Luís (MA), 09 de janeiro de 2014
Desembargadora Nelma Celeste Sousa Silva Sarney Costa
Corregedora-geral da Justiça
Corregedora-geral da Justiça
Nenhum comentário:
Postar um comentário