COROATÁ - O Estado de S.Paulo
Ricardo Murad, atual secretário de Saúde do Maranhão,
irmão de Jorge, marido da governadora, passou a ser o porta-voz e o nome
do grupo que mais executa contratos do governo. Por ele passa quase a
metade dos R$ 2,4 bilhões do orçamento anual do Estado para custeio e
investimento - não estão contabilizados os gastos com os servidores do
quadro de carreira. Por ter parentesco com Roseana, ele não poderá
disputar o governo. O escolhido do clã é o secretário de Infraestrutura,
Luís Fernando Silva.
Prefeitos da oposição reclamam que Ricardo montou uma espécie de
capital paralela do Maranhão em Coroatá, cidade de 62 mil habitantes, a
260 km de São Luís. O município governado pela mulher dele, Maria Teresa
Trovão Murad, é o que mais recebe recursos da transferência direta da
saúde no interior. Em 2013, Coroatá recebeu R$ 60 milhões, enquanto
Caxias, com 155 mil moradores, chefiada por um adversário, Leo Coutinho,
do PSB, não contou com esses recursos.
Reconstruído no ano passado, o Hospital Microrregional de Coroatá
dispõe de 100 leitos e tratamento de alta complexidade. No prédio
funciona a central de leitos da região. Ricardo nega que tenha deixado
de lado o "Socorrão" de Presidente Dutra - a unidade não atende
gestantes e não faz cirurgias complexas - e o hospital de Caxias, que
está fechado para reforma.
Na semana passada, Maria de Lourdes Ferreira da Silva, de 74 anos,
era levada de ambulância de Caxias para Presidente Dutra após sofrer um
AVC. Ela está internada no "Socorrão". A filha de Maria de Lourdes, a
diarista Maria de Nazaré, de 38 anos, reclama da viagem de 3h em estrada
precária.
No povoado Sete de Setembro, em Coroatá, a unidade de saúde, parceria
do governo federal e da prefeitura, já consumiu R$ 180 milhões e está
tomada pelo mato. "O médico só faz consulta e falta remédio", diz a
manicure Rayane Mourão, de 20 anos, mãe de um menino de 1./ L.N.
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