Em razão das suspeitas, polícia pediu ao STF autorização para tomar depoimento do ex-presidente.
FILIPE COUTINHO
REVISTA ÉPOCA
Agora é oficial: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é suspeito de ter se beneficiado do petrolão para obter vantagens pessoais, para o PT e para o governo. A suspeita consta em documento da Polícia Federal. Nele, pede-se ao Supremo Tribunal Federal autorização para ouvir Lula no inquérito que investiga políticos na operação Lava Jato.
O documento, enviado ao STF
anteontem, na quarta-feira, é assinado pelo delegado Josélio Sousa, do
grupo da PF em Brasília que atua no caso. Assim escreveu o delegado:
“Atenta ao aspecto político dos acontecimentos, a presente investigação
não pode se furtar de trazer à luz da apuração dos fatos a pessoa do
então presidente da República, LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA que, na
condição de mandatário máximo do país, pode ter sido beneficiado pela
esquema em cursa na PETROBRAS, obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT,
ou mesmo para seu governo, com a manutenção de uma base de apoio
partidário sustentada â custa de negócios ilícitos na referida estatal”.
Para a PF, “os fatos evidenciam que o esquema que ora se apura é, antes
de tudo, um esquema de poder político alimentado com vultosos recursos
da maior empresa do Brasil”.
Diante de tais suspeitas, a PF elencou a lista de pessoas do “primeiro
escalão” que deveriam ser ouvidas. Lula está lá, embora não tenha mais
foro privilegiado. A PF não explica por que pediu ao Supremo a tomada do
depoimento - e não à primeira instância. “Neste cenário fático, faz-se
necessário trazer aos autos as declarações do então mandatário maior da
nação, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, a fim de que apresente a sua versão
para os fatos investigados, que atingem o núcleo político-partidário de
seu governo”.
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