Do UOL, em São Paulo e em Brasília
A presidente Dilma Rousseff (PT) deu nesta quinta-feira (29) mais uma declaração contrária à intenção do relator do Orçamento da União de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), de cortar R$ 10 bilhões do Bolsa Família.
Em cerimônia de entrega de residências do Minha Casa, Minha Vida, Dilma
afirmou que o Bolsa Família não sofrerá reduções no ano que vem. O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também condenou o corte.
Dilma ressaltou a necessidade de o governo reduzir despesas e citou
medidas tomadas recentemente como o corte de ministérios e a redução de
salários dela própria e dos ministros. Afirmou que se trata de um
"grande esforço" com o objetivo de melhorar as finanças e fazer a
economia do país voltar a crescer.
Classificou, no entanto, como
boato a possibilidade de corte no Bolsa Família e mesmo no Minha Casa,
Minha Vida, programas que ela chamou de fundamentais.
"O governo
federal não vai parar o Bolsa Família ou diminuir o Bolsa Família ou
não pagar em dia o Bolsa Família. Muita conversa que não é séria, que é a
conversa do boato, aparece. O Bolsa Família não vai ser interrompido. O
Minha Casa, Minha Vida não vai ser interrompido", afirmou a presidente
em discurso feito em Brasília.
Quanto ao programa habitacional,
Dilma acrescentou que, além de permitir a realização "do sonho da casa
própria", ele "tem o mérito de garantir emprego na construção civil".
Ela também ratificou o anúncio feito pelo ministro das Cidades, Gilberto
Kassab, de contratações para a terceira fase do Minha Casa, Minha Vida.
Na cerimônia de hoje, o governo federal formalizou a entrega de 2.691 moradias em Brasília, Canoas (RS) e em quatro cidades do interior de São Paulo: Bragança Paulista, Sorocaba, Hortolândia e Nova Odessa.
Em reunião do Diretório Nacional do PT em Brasília,
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também criticou a proposta de
cortar programas sociais como forma de equilibrar as contas do governo.
"É importante lembrar que nós chegamos em dezembro de 2014 com apenas
4,8% de desemprego. E obviamente que isso teve um preço, que foi a
necessidade de manter a economia crescendo, porque também a gente não ia
diminuir o crescimento da economia com programas importantes, como
agora tem gente que quer até resolver o problema do orçamento cortando o
Bolsa Família. As pessoas vão perdendo razão e falando qualquer coisa
que vem à cabeça", disse.
Para Lula, os incentivos à economia
concedidos em 2014 contribuíram para o deficit no orçamento enfrentado
atualmente pelo governo, mas foram uma forma de manter o nível de
emprego e a atividade da economia.
"Nós chegamos a uma situação
em parte porque crise internacional foi maior do que a gente calculava.
Mas em parte, é verdade, é porque nós garantimos em 2014, com muito
subsídio para alguns programas importantes, e com desoneração imaginando
que ia contribuir para a economia crescer, nós contribuímos para chegar
no final do ano arrecadando menos do que a gente gastava", disse.
O governo enfrenta um deficit bilionário em suas contas, o que tem levado a cortes de despesas já neste ano.
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