O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, assinou nesta terça-feira (4) o mandado de prisão do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP).
Um dos poucos condenados do processo do mensalão que permanece em
liberdade, o parlamentar petista passou a manhã em seu apartamento, em
Brasília.
Ao G1, o advogado Alberto Zacharias Toron, responsável
pela defesa do deputado de São Paulo, afirmou que, "com certeza
absoluta", o cliente dele vai se entregar à Polícia Federal ainda nesta
terça. Toron não informou, porém, em qual horário e local Cunha irá se
apresentar à polícia. O criminalista também não quis dar detalhes sobre
onde está o deputado petista. "Isso é segredo de Estado", ironizou.
O mandado de prisão foi assinado no início da tarde desta terça,
segundo a assessoria de imprensa do STF. Ainda não há informações sobre
se a PF já recebeu a ordem de prisão.
Condenado a 9 anos e 4 meses por peculato, lavagem de dinheiro e
corrupção passiva em regime fechado, João Paulo Cunha deverá cumprir
inicialmente a pena de 6 anos e 4 meses no semiaberto, que dá direito a
autorização para trabalho externo durante o dia, porque tem recurso
pendente em relação à pena de lavagem, cuja punição é de três anos.
Férias
Antes de Joaquim Barbosa
sair de férias no começo de janeiro, ele decretou o fim do processo do
mensalão para Cunha, mas não expediu o mandado de prisão. Barbosa
reassumiu a presidência do tribunal nesta segunda e, no dia seguinte,
expediu o mandado.
Os ministros Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski, que assumiram a
presidência do tribunal provisoriamente por conta da ausência de Joaquim
Barbosa, optaram por não determinar a prisão do parlamentar sob a
alegação de que a iniciativa caberia apenas ao relator do processo, que,
neste caso, é o próprio Joaquim Barbosa.
Durante a viagem, o presidente do STF chegou a criticar os colegas
de tribunal por não terem assinado a ordem de prisão de Cunha, mas
Cármen Lúcia e Lewandowski decidiram não se envolver na polêmica.
Prisão domiciliar
Além da definição sobre a situação de João Paulo Cunha, o retorno de
Joaquim Barbosa ao Supremo deve dar fim ao impasse relacionado a outro
réu, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), delator do esquema do
mensalão.
Jefferson pediu o direito à prisão domiciliar, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, opinou para que ele cumpra a pena na cadeia. Barbosa, agora, terá de dar uma decisão final.
Dos 25 condenados pelo STF no julgamento do processo do mensalão, 19
estão em presídios, um em prisão domiciliar (José Genoino), outro
foragido (Henrique Pizzolato) e dois aguardam julgamento de recursos
(João Cláudio Genu e Breno Fischberg). Dos que já poderiam estar presos,
somente Cunha e Jefferson permanecem em liberdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário