Governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), durante entrevista em São Luís
Na última quinta-feira (9), ao lado do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, a governadora Roseana Sarney (PMDB) se irritou com uma pergunta que questionava o representante federal sobre a ajuda à "família Sarney."
Interrompendo a todos, Roseana respondeu em tom ríspido que a crise no Maranhão não era questão familiar. "Quem manda aqui sou eu, Roseana", disse, para aplausos de aliados.
Neste sábado (10), a governadora maranhense concedeu entrevista ao UOL, por e-mail, e voltou a ser dura ao ser questionada se no Maranhão existe uma "oligarquia". "Isso é ignorância ou má-fé."
Com respostas curtas, a governadora também disse que não sabe se vai deixar o governo do Estado em abril para concorrer ao Senado, afirmou que a violência é um problema nacional e confirmou a manutenção da licitação para compra de itens como caviar e uísque escocês.
A governadora também relata as medidas que estão sendo tomadas para minimizar a crise no sistema prisional do Estado. Leia a íntegra da entrevista.
UOL - A senhora deixa mesmo o governo em abril para se candidatar ao Senado?
Roseana Sarney - Essa é uma questão que ainda estou analisando.
A senhora demonstrou insatisfação ao comentar sobre uma pergunta que falava sobre a família Sarney. A senhora, assim como os familiares, se sente injustiçada com os comentários de que o MA tem um "oligarquia"?
Não existe oligarquia. Isso é ignorância ou má-fé. No Maranhão, assim como no Brasil, há democracia. Os governadores são eleitos. Não gosto de comentários maldosos.
O Estado registrou um aumento de 460% na criminalidade em 13 anos, sendo 807 homicídios só na Grande São Luís. O que justificaria essa explosão de violência?
Desde que assumi o governo em 2009, a
segurança tem sido uma prioridade. Nos últimos quatro anos, foram feitos
investimentos efetivos. A frota de viaturas foi renovada, com entrega
de mais de mil veículos; novos equipamentos e armamentos foram
adquiridos; foram feitos investimentos na qualificação profissional e na
inteligência policial; construídos e reformados batalhões e delegacias
de polícia; implementado o projeto das Unidades de Segurança Comunitária
(USC), com a primeira unidade entregue no bairro Vila Luisão, reduzindo
em 73% o índice de criminalidade na região. Foi realizado concurso
público para a efetivação de cerca de 2.500 homens da Polícia Miliar,
Corpo de Bombeiro e Policia Civil, e já autorizei a convocação de mais
1.000 excedentes aprovados da PM no certame. Com relação à situação de
prisional, estamos investindo recursos da ordem de R$ 131 milhões na
construção de novas unidades e no reaparelhamento do Sistema
Penitenciário do estado, que irá viabilizar a criação de novas vagas.
Durante encontro com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, aqui
em São Luís, anunciamos 11 medidas a serem implementadas para resolução
da crise no sistema penitenciário. Uma das quais já colocamos em
prática, que foi a criação do Comitê Gestor de Ações Integradas, que já
se reuniu para traçar e definir metas de trabalho.
O aumento da violência não acontece somente no Maranhão. Essa é uma
realidade em todo o Brasil, estimulado principalmente pelo crescimento
do tráfico de drogas, um mal que se espalha em todas as regiões do país.
O seu pai, senador José Sarney, comemorou o fato de a violência ocorrer dentro dos presídios, e não nas ruas. A senhora concorda?Entendo que meu pai não comemorou e nem vai comemorar violência.
O seu pai, senador José Sarney, comemorou o fato de a violência ocorrer dentro dos presídios, e não nas ruas. A senhora concorda?Entendo que meu pai não comemorou e nem vai comemorar violência.
Alguns
especialistas têm criticado a transferência de presos como medida de
combate à violência em Pedrinhas, já que eles teriam contato com líderes
de organizações criminosas como o PCC. A senhora acha que a
transferência realmente ajuda?Toda ajuda que vier para devolvermos a normalidade no sistema prisional do estado será bem-vinda.
A senhora vai manter as licitações para compra de itens de alimento e bebida?
A senhora vai manter as licitações para compra de itens de alimento e bebida?
A Comissão Central de Licitação (CCL) solicitou revisão no Termo de
Referenciamento. O rito processual segue conforme estabelece a Lei de
Licitações.
Quando disse que o Maranhão está indo bem, claro que não podemos e não
temos como fechar os olhos para o problema do sistema prisional. Temos
ainda indicadores que precisam avançar, é verdade, mas muito já
evoluímos nos últimos quatro anos, em saúde, educação e na área
econômica. Somos a 16a economia do país. Os dados do IBGE (2011)
comprovam que o PIB real do estado cresceu 10,3% e o do Brasil, 2,7%,
fazendo do Maranhão o quinto do país e o primeiro do Nordeste em
crescimento. Estamos com mais de 120 bilhões de reais em investimentos,
com grandes empreendimentos em instalação no estado, gerando milhares de
emprego e renda para a população.
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