BRASÍLIA - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
Joaquim Barbosa, admitiu na segunda- feira que poderá, no futuro, seguir
uma carreira político-eleitoral, inclusive como candidato a presidente
da República.
Foi a primeira vez que Joaquim Barbosa falou em público dessa forma. Em
entrevistas recentes, preferia dar respostas indicando desinteresse pela
política.
"Tenho um temperamento que não se adapta bem à política. Isso porque eu
falo o que penso", foi uma de suas frases ao jornal "The New York
Times", em agosto passado.
Na última segunda-feira, o tom foi diferente: "Sempre tive uma carreira
técnica. No dia em que deixar o Supremo, como entrei muito jovem, eu
terei ainda tempo para refletir sobre isso [concorrer em eleições].
Acho
difícil exercer a carreira no Supremo até os 70 anos. Eu não tenho no
momento nenhuma intenção de me lançar candidato à Presidência da
República. Pode ser que no futuro surja o interesse".
O ministro tem dado sinais de estar insatisfeito com a vida no STF. Seu
mandato de presidente da corte vai até o final de novembro do ano que
vem. Mas alguns eventos no calendário de 2014 podem fazer a diferença.
É possível que, até a metade do próximo ano, o STF tenha concluído o
julgamento do mensalão. Nessa época, pós-Copa do Mundo, a campanha
eleitoral começará a dominar o noticiário. Ficará então mais claro quem
são os candida- tos competitivos.
Com sua missão cumprida no STF --o julgamento do mensalão--, nada
impediria Barbosa de sair para embarcar como apoiador de algum candidato
a presidente. Estaria se credenciando para desempenhar uma função na
administração federal do futuro governo.
Aos 59 anos, essa experiência no Executivo é um predicado útil para quem
vai, no futuro, "refletir" sobre ser candidato a presidente.
Fernando Rodrigues - folha on line
Nenhum comentário:
Postar um comentário