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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Ministério reconhece, nesta segunda-feira, Maranhão como zona livre de febre aftosa

Solenidade, que ocorre à tarde, conta com presença do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Presidente da AGED Fernando Lima e do Presidente do CRMV/MA João Batista Filho.







Fernando Lima Diretor Presidente da AGED

 O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, assina, na tarde desta segunda-feira (2) – em solenidade a ser realizada no Parque Independência, em São Luís –, a instrução normativa federal que reconhece oficialmente o Maranhão como zona livre de febre aftosa com vacinação, título almejado desde 1992. A febre aftosa (Aphtae epizooticae) é uma doença viral contagiosa que afeta animais biungulados – que possuem dois dedos –, sendo os mais afetados os bovinos de leite e corte e suínos.

Em 2011, o governo estadual, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Sagrima) e da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged), intensificou os trabalhos pela conquista do reconhecimento. Durante o período, foram realizadas cinco campanhas de vacinação do rebanho estadual – que conta, atualmente com 7,6 milhões de cabeças de gado – e duas auditorias, que mediram a eficiência, infraestrutura e capilaridade dos serviços de atenção veterinária dos Estados, coordenados pelas agências de defesa agropecuária. Nas auditorias, o Maranhão se destacou, cumprindo 89% dos requisitos na primeira avaliação e 100% na segunda avaliação. Na última etapa, o Maranhão se destacou mais uma vez, sendo o primeiro a concluir a sorologia, ainda em dezembro de 2012.

Entre as ações desenvolvidas nos últimos anos pelo governo, segundo a Sagrima, estiveram: a aprovação do "Plano de Cargos, Carreiras e Salários" para fiscais agropecuários da Aged; celebração de convênio de R$ 6,5 milhões com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para renovação de frota de veículos, informatização e reestruturação das 18 unidades regionais da Aged; doação de vacinas para criadores em áreas quilombolas, indígenas e assentamentos rurais, em parceria com outras entidades; incremento na fiscalização de eventos agropecuários, vaquejadas, leilões, exposições, feiras; incremento da fiscalização do transito de animais e produtos por meio de blitze e barreiras volantes; e informatização do banco de dados de propriedades.



















João Batista Filho
Presidente do CRMV/MA



De acordo com o secretário de Agricultura e Pecuária, Cláudio Azevedo, como impacto do reconhecimento de zona livre, o Estado já começa a atrair investimentos. Com o status, os pecuaristas locais poderão, em breve, alcançar novos mercados. "Com o Maranhão considerado zona livre com vacinação, com reconhecimento nacional, já começam a chegar ao Estado. Só com a perspectiva, já chegaram alguns grandes frigoríficos. (...) Isso começa a gerar, no Maranhão, uma expectativa muito forte, com a chegada de mais frigoríficos, mais indústrias de laticínios aqui no Estado. Estamos, agora, com um grande laticínio querendo se instalar na região de Pedreiras, que, hoje, se destaca como grande produtora de leite. Então, isso é muito importante, porque começa a atrair investimentos para o Estado e para o setor agropecuário. Nós tínhamos muitos investimentos, mas voltados muito para o setor industrial, e nós, hoje, vamos ter investimentos, com certeza, também, para o setor da agroindústria".

Cláudio Azevedo se diz "duplamente" feliz, e destaca a importância dos pequenos e grandes pecuaristas na conquista pelo título. "O Programa Nacional de Erradicação da Aftosa iniciou-se em 1992 e, de lá, a gente vem trabalhando muito. É um sonho de muitos criadores. Eu como produtor rural, iniciei, carreguei essa bandeira no Estado, e, hoje, como secretário, fico muito feliz, duplamente feliz. (...) É uma conquista enorme, não só do governo, como, também, de todos os criadores, desde aquele que tem apenas uma cabeça de animal, como aquele que tem 200 mil cabeças. É uma conquista de todos, porque nós registramos, nesse período, um dos maiores índices de vacinação de todos os tempos. Nós chegamos, praticamente, a 98,7% no índice de vacinação. Isso mostra o comprometimento que houve dos criadores aqui no Estado", completa.

Reconhecimento internacional

Com o reconhecimento, o Estado une-se ao bloco de sete Estados nordestinos, além da região norte do Pará, que conquistaram a elevação da classificação sanitária em nível nacional, e pleiteiam, agora, o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa com vacinação, emitido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, sigla internacional), que decidirá pelo pleito durante assembleia ordinária anual, programada para ocorrer em maio de 2014, na França. "Agora, cabe ao Ministério da Agricultura, do governo federal, remeter esse dossiê para a Organização Mundial do Comércio, lá em Paris, onde será analisada, numa reunião no início de janeiro ou fevereiro, para sermos reconhecidos como zona livre internacional. Nós devemos estar, neste intervalo, recebendo, aqui, uma comissão europeia, que virá ao Maranhão checar os nossos serviços de vigilância e defesa agropecuária, para ver a estrutura nossa, se nós estamos preparados para o reconhecimento internacional, e, daí, recebermos essa certificação internacional", explica o secretário.

Com o status de zona livre internacional, o Maranhão poderá exportar a carne produzida em plantas frigoríficas do Estado para os mercados da Europa, Rússia, Japão e Estados Unidos.

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