Fernando Lima Diretor Presidente da AGED
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio
Andrade, assina, na tarde desta segunda-feira (2) – em solenidade a ser
realizada no Parque Independência, em São Luís –, a instrução normativa
federal que reconhece oficialmente o Maranhão como zona livre de febre
aftosa com vacinação, título almejado desde 1992. A febre aftosa (Aphtae epizooticae)
é uma doença viral contagiosa que afeta animais biungulados – que
possuem dois dedos –, sendo os mais afetados os bovinos de leite e corte
e suínos.
Em 2011, o governo estadual, por meio da
Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Sagrima) e da
Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged), intensificou
os trabalhos pela conquista do reconhecimento. Durante o período, foram
realizadas cinco campanhas de vacinação do rebanho estadual – que
conta, atualmente com 7,6 milhões de cabeças de gado – e duas
auditorias, que mediram a eficiência, infraestrutura e capilaridade dos
serviços de atenção veterinária dos Estados, coordenados pelas agências
de defesa agropecuária. Nas auditorias, o Maranhão se destacou,
cumprindo 89% dos requisitos na primeira avaliação e 100% na segunda
avaliação. Na última etapa, o Maranhão se destacou mais uma vez, sendo o
primeiro a concluir a sorologia, ainda em dezembro de 2012.
Entre
as ações desenvolvidas nos últimos anos pelo governo, segundo a
Sagrima, estiveram: a aprovação do "Plano de Cargos, Carreiras e
Salários" para fiscais agropecuários da Aged; celebração de convênio de
R$ 6,5 milhões com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa) para renovação de frota de veículos, informatização e
reestruturação das 18 unidades regionais da Aged; doação de vacinas para
criadores em áreas quilombolas, indígenas e assentamentos rurais, em
parceria com outras entidades; incremento na fiscalização de eventos
agropecuários, vaquejadas, leilões, exposições, feiras; incremento da
fiscalização do transito de animais e produtos por meio de blitze e barreiras volantes; e informatização do banco de dados de propriedades.
João Batista Filho
Presidente do CRMV/MA
De
acordo com o secretário de Agricultura e Pecuária, Cláudio Azevedo,
como impacto do reconhecimento de zona livre, o Estado já começa a
atrair investimentos. Com o status, os pecuaristas locais
poderão, em breve, alcançar novos mercados. "Com o Maranhão considerado
zona livre com vacinação, com reconhecimento nacional, já começam a
chegar ao Estado. Só com a perspectiva, já chegaram alguns grandes
frigoríficos. (...) Isso começa a gerar, no Maranhão, uma expectativa
muito forte, com a chegada de mais frigoríficos, mais indústrias de
laticínios aqui no Estado. Estamos, agora, com um grande laticínio
querendo se instalar na região de Pedreiras, que, hoje, se destaca como
grande produtora de leite. Então, isso é muito importante, porque começa
a atrair investimentos para o Estado e para o setor agropecuário. Nós
tínhamos muitos investimentos, mas voltados muito para o setor
industrial, e nós, hoje, vamos ter investimentos, com certeza, também,
para o setor da agroindústria".
Cláudio
Azevedo se diz "duplamente" feliz, e destaca a importância dos pequenos
e grandes pecuaristas na conquista pelo título. "O Programa Nacional de
Erradicação da Aftosa iniciou-se em 1992 e, de lá, a gente vem
trabalhando muito. É um sonho de muitos criadores. Eu como produtor
rural, iniciei, carreguei essa bandeira no Estado, e, hoje, como
secretário, fico muito feliz, duplamente feliz. (...) É uma conquista
enorme, não só do governo, como, também, de todos os criadores, desde
aquele que tem apenas uma cabeça de animal, como aquele que tem 200 mil
cabeças. É uma conquista de todos, porque nós registramos, nesse
período, um dos maiores índices de vacinação de todos os tempos. Nós
chegamos, praticamente, a 98,7% no índice de vacinação. Isso mostra o
comprometimento que houve dos criadores aqui no Estado", completa.
Reconhecimento internacional
Com
o reconhecimento, o Estado une-se ao bloco de sete Estados nordestinos,
além da região norte do Pará, que conquistaram a elevação da
classificação sanitária em nível nacional, e pleiteiam, agora, o
reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa com
vacinação, emitido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, sigla internacional),
que decidirá pelo pleito durante assembleia ordinária anual, programada
para ocorrer em maio de 2014, na França. "Agora, cabe ao Ministério da
Agricultura, do governo federal, remeter esse dossiê para a Organização
Mundial do Comércio, lá em Paris, onde será analisada, numa reunião no
início de janeiro ou fevereiro, para sermos reconhecidos como zona livre
internacional. Nós devemos estar, neste intervalo, recebendo, aqui, uma
comissão europeia, que virá ao Maranhão checar os nossos serviços de
vigilância e defesa agropecuária, para ver a estrutura nossa, se nós
estamos preparados para o reconhecimento internacional, e, daí,
recebermos essa certificação internacional", explica o secretário.
Com o status
de zona livre internacional, o Maranhão poderá exportar a carne
produzida em plantas frigoríficas do Estado para os mercados da Europa,
Rússia, Japão e Estados Unidos.
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