Servidores estaduais correram aos bancos durante o final de semana para
sacar salário com receio de encontrar caixas eletrônicos sem dinheiro na
cidade. O pagamento estava previsto para sair somente na segunda-feira,
30, mas, foi antecipado pelo Governo do Estado. A greve dos bancários
em todo o país completa nesta segunda-feira, 30, 12 dias e são 10.633
agências fechadas. Apenas no Maranhão, 137 bancos aderiram à greve e
está marcado para hoje mais uma manifestação que vai ocorrer em frente à
Caixa Econômica Federal, no bairro da Cohab.
O militar David
Ferreira, 34 anos, falou que desde sábado, 28, está realizando saques no
Banco do Brasil, pois, teme que na segunda-feira, não tenha mais
dinheiro disponível nos caixas eletrônicos pelo fato de estar agendado o
pagamento dos funcionários do Estado e da Prefeitura. Como ficou ciente
que o salário do governo foi antecipado, então, resolveu também se
adiantar em receber o seu o soldo mensal como ainda aproveitou para
efetuar alguns tributos como água, luz, telefone e supermercado. “O
banco fica lotado em dia de pagamento normal quanto mais estando em
greve e saindo dinheiro do Estado e da Prefeitura. Então, o ideal é
antecipar, principalmente, pagar logo os tributos mensais”.
Quem
também compareceu ao Banco do Brasil foi à funcionária pública Ana
Martins Almeida, de 45 anos. Ela disse que não vai ter tempo para
receber o dinheiro na segunda-feira devido o serviço e também está
agendada uma consulta médica. “Fiquei sabendo que o dinheiro estava
saindo por meio de uma amiga, então, vim logo porque com essa greve é
capaz dos caixas eletrônicos ficarem sem dinheiro”.
Já o
aposentado Marcos Marinho, de 76 anos, teve que ir a três caixas
eletrônicos para receber a outra parte do seu dinheiro. Segundo ele, na
manhã de sábado, chegou a sacar uma parte sem encontrar nenhum problema
e, no domingo, só sacou o restante do soldo no caixa eletrônico do Banco
do Brasil, na Deodoro, no Centro. “Fui à agência do João Paulo, tinha
um aviso que o caixa estava em manutenção e vim logo ao Centro para
receber o meu dinheiro e pagar as minhas contas”, declarou o aposentado.
Pagamento garantido
Em
nota a superintendência do BB, responsável pelo repasse dos vencimentos
dos funcionários estaduais e municipais, informou sobre as melhores
maneiras de sacar o dinheiro e descartou qualquer atraso ou mesmo
suspensão nos procedimentos de pagamento por causa do movimento
grevista. Também garantiu que mesmo com a greve os caixas eletrônicos
estão com a reposição dos estoques de dinheiro em dia. Os clientes podem
efetuar saques, retirada de folha de cheque, depósito, consulta saldo,
extrato, transferências bancárias e saques de benefícios sociais como
INSS, PIS (Programa de Integração Social), FGTS, abono salarial e dentre
outros.
Para que os consumidores não paguem as suas contas com
multas ou atrasos, o Procon orienta que seja efetuadas nos caixas
eletrônicos que continuam funcionando, podem usar o internet banking e o
aplicativo do banco no celular (mobile banking) ou, ainda, o
teleatendimento das instituições. Os correspondentes bancários, como
casas lotéricas, agências dos Correios, redes de supermercados e outros
estabelecimentos comerciais credenciados, também estão abertos para as
transações financeiras.
Greve em alta
De
acordo com a assessoria de comunicação do Sindicato dos Bancários, no
Maranhão, 90% das agências bancárias seja pública ou privada aderiram ao
movimento e a tendência que a paralisação continue se expandido em todo
o Brasil.
Os bancários voltaram a reabertura das negociações e
afirmam que a culpa da greve é dos empresários que até o momento se
recusam a negociar com a categoria. Para o dia 30, os bancários vão
realizar um ato público na porta da Caixa da Cohab e no final da tarde,
uma reunião na sede do sindicato, na Rua do Sol, no Centro, para avaliar
a greve e discutir meios de ampliação da manifestação. A categoria quer
reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação),
participação nos Lucros e Resultado (PLR) de três salários mais R$
5.553,15 e piso de R$ 2.860. Pede, ainda, fim de metas abusivas e de
assédio moral que adoece os bancários.
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