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segunda-feira, 22 de julho de 2013

São Luís: Obras paradas, shoppings ampliados

Governo não consegue concluir obras na capital maranhense
Governo não consegue concluir obras na capital maranhense

Doze meses antes do aniversário de 400 anos de São Luís, a governadora Roseana Sarney (PMDB) anunciou que entregaria duas grandes obras viárias na capital: a Via Expressa e a avenida 4º Centenário.

Os 400 anos passaram, já estamos próximos de 401 e as obras estão inacabadas. A via Expressa ficou pela metade e o trecho inaugurado só serve para ligar dois engarrafamentos. A 4º Centenário sequer tem previsão de entrega da primeira etapa.

Enquanto as obras públicas ficam paralisadas, os shoppings São Luís e Rio Anil seguem em aceleradas metas de expansão, sem contar com o gigantesco complexo comercial-habitacional do shopping da Ilha.

O contraste segue a lógica dos interesses da oligarquia Sarney, sempre pondo em primeiro lugar os negócios privados e em último plano a coletividade.

À proporção que os shoppings crescem, diminuem os espaços que deveriam ser praças e parques ambientais, que também cedem terrenos às grandes empreiteiras para a construção de condomínios de luxo.

Com um dos metros quadrados mais caros do Brasil, São Luís é o eldorado das corporações imobiliárias, que atropelam as leis ambientais, destroem reservas biológicas e ignoram o plano diretor.

Os negócios das empreiteiras nos shoppings e nos condomínios de R$ 5 milhões têm sempre prioridade sobre as obras de mobilidade urbana, por exemplo.

Na cidade sem parques ambientais, com as praças destruídas e praias poluídas, os moradores são obrigados a frequentar os shoppings controlados pelas empreiteiras.

Em São Luís, os espaços públicos são inversamente proporcionais aos negócios privados. Somos a antítese da cidade.

Para ter uma sensação térmica boa, caminhar e conversar temos de ir para o ar condicionado e as praças de alimentação dos shoppings, porque a cidade é desprovida de equipamentos urbanos que proporcionem o encontro e o lazer das pessoas.

Soma-se a isso o fato de que a cidade é insalubre. Lixeiros e esgotos, mato pra todos os lados, lama fétida e bichos escrotos são a paisagem comum em São Luís. Até na área nobre!

Com grandes shoppings, sem praças nem parques ambientais, São Luís parece uma cidade daqueles filmes americanos da corrida do ouro: cheia de caminhonetes tocando forró, atravessando ruas esburacadas cheias de lama no inverno. Quando chega a estiagem, tudo seca e vira poeira.

A governadora Roseana prometeu muita coisa e deixou tudo pela metade. O prefeito Edivaldo Holanda Junior (PSC) ainda está no plano das ideias.

E São Luís segue erguendo shoppings e apartamentos de R$ 5 milhões, mas não tem um metro de ciclovia. Coisa de lugar subdesenvolvido.

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