do BOL, em São Paulo
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Pedro Ladeira/Folhapress
24.jun.2013 - A presidente Dilma Rousseff comanda reunião com prefeitos e governadores das 27 unidades federativas, nesta segunda-feira (24), no Palácio do Planalto, em Brasília
Para entender as votações dos últimos dias e possíveis futuras transformações, o BOL explica a seguir termos como "plebiscito", "constituinte", "reforma política" e destrincha o "pactaço" divulgado pela presidente.
Plebiscito
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Panfletos de propaganda do plebiscito sobre a possível divisão do Pará, em 2011
Proposto somente pelo Congresso Nacional, como determina a Constituição, um plebiscito deve ser autorizado por decreto legislativo, nos termos do art. 49, inciso I da CRFB e regulamentado pela Lei nº 9.709/1998.
Aprovado o ato convocatório, o Presidente do Congresso Nacional dará ciência à Justiça Eleitoral, que deve: fixar a data da consulta popular; tornar pública a cédula da votação; expedir instruções para a realização do plebiscito; e assegurar a gratuidade nos meio de comunicação de massa concessionários de serviço público, aos partidos políticos e às frentes suprapartidárias organizadas pela sociedade civil em torno da matéria em questão.
Assembleia Constituinte
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Imagem mostra plano geral do plenário durante Assembleia Nacional Constituinte 1987-1988
Mecanismo representativo e democrático, uma Constituinte é composta por parlamentares (deputados e senadores), que determinam reforma total ou parcial da Constituição.
O instrumento causa divergência entre juristas – uma parte diz que não há previsão legal para uma Constituinte exclusiva (como propôs Dilma à reforma política), e outros afirmam que parte da Constituição pode ser reformada através de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) – medida que faz revisão ao texto constitucional por meio de votação e aprovação com no mínimo três quintos de votos dos parlamentares da Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Reforma política
- 24.jun.2013 - A onda de protestos pelo país estimulou a presidente
Dilma Rousseff a propor a realização de um plebliscito para reforma
política. Na imagem, manifestante durante ato no Rio de Janeiro
Outras duas PECs abordam o fim das coligações, a realização de todas as eleições em uma única data, a alteração da data de posse de presidentes, prefeitos e governadores, e a facilitação da participação popular na proposição de projetos de lei e emendas constitucionais.
A proposta da presidente causou alvoroço entre senadores, que, após reunião com o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), nesta terça-feira (25), exigiram que a reforma política defendida por Dilma fosse submetida a uma PEC. Além disso, após conversa com integrantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, declarou que, após as críticas, a presidente cogita desistir do plebiscito para convocar uma Assembleia Constituinte que discutiria a reforma política no país.
Segundo nota divulgada à imprensa, "a presidente ouviu a proposta da OAB, considerou-a uma importante contribuição, mas não houve qualquer decisão. O governo continuará ouvindo outras propostas de reforma política que lhe forem apresentadas". O texto diz ainda que a "a presidente da República reiterou a relevância de uma ampla consulta popular por meio de um plebiscito".
No entanto, mesmo sem a definição de plebiscito, o Congresso já se movimentou no sentido de uma reforma política ao aprovar rapidamente nesta quarta-feira (26) o projeto de lei que transforma a corrupção ativa e passiva em crime hediondo. Com isso, esse delito passa a ser considerado tão grave quanto homicídio qualificado e estupro, por exemplo.
O "pactaço"
Para atender às reivindicações de manifestantes que tomaram as ruas desde o último dia 6, a presidente Dilma Rousseff sugeriu propostas para os setores de economia, política, saúde, educação e transporte público.
O primeiro pacto, o de responsabilidade fiscal, prevê medidas que devem garantir a estabilidade da economia e o controle da inflação. Atualmente, o governo federal, Estados e municípios já trabalham com metas fiscais, e o governo já demonstrou compromisso de cumprir um esforço fiscal equivalente a 2,3% do PIB (Produto Interno Bruto). O acordo visa, principalmente, a melhorar a gestão da máquina pública de forma a permitir a redução da cobrança de impostos. | ||
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Já a reforma política apontaria para a convocação de um plebiscito que definiria sua realização, além de determinar corrupção como crime hediondo (a proposta, enviada pelo ex-presidente Lula, em 2009, ainda está em tramitação no Congresso) e ampliar a Lei de Acesso à Informação Pública (a sociedade teria mais facilidade em obter informações sobre atividades e ações desenvolvidas pelo governo). | |
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Para
a saúde, a presidente pretende acelerar investimentos em UPAs (Unidade
de Pronto Atendimento), incentivar a ida de médicos para regiões
carentes e contratar médicos estrangeiros para ocupar postos no SUS
(Sistema Único de Saúde). Já existia a intenção de ampliação de
residência médica e de contratação de médicos estrangeiros, mas o
governo federal ainda não havia feito o anúncio oficial. Nesta quarta-feira (26), a Câmara dos Deputados aprovou projeto que destina 25% dos royalties do petróleo para o setor.
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O transporte público teria um Conselho Nacional e receberia mais de R$ 50 bilhões para novos investimentos. Nesta quarta-feira (26), O plenário da Câmara dos Deputados aprovou a proposta que reduz a zero as alíquotas das contribuições sociais para o PIS/Pasep e a Cofins que incidem sobre as receitas dos serviços de transporte público coletivo municipal rodoviário, metroviário, ferroviário e aquaviário de passageiros. | |
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O sistema de educação receberia 100% dos royalties do petróleo. Porém, na madrugada desta quarta-feira (26), a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei 5.500/2013 que destina 75% dos royalties do petróleo para a educação e os 25% restantes para a área da saúde. |
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