Galego, Stefanny, Ronecyr, Senzala, Diego e Paulista: presos, traficantes ameaçaram jornalistas dentro da SSP
A Polícia prestou ontem um serviço inestimável à população maranhense
ao colocar na cadeia membros de facções criminosas que vinham
promovendo o tráfico e outros atos delituosos em São Luís e nas demais
regiões do Maranhão. Em uma operação comandada pelo Serviço de
Inteligência da Polícia Militar, foram presos integrantes do Bonde dos
40, organização que explora a venda de drogas, acusada também de cometer
uma série de homicídios e assaltos. Dos seis bandidos capturados, pelo
menos três se auto-intitulam membros do Primeiro Comando do Maranhão,
que seria a instância suprema do crime organizado no estado,
responsável, entre outros crimes, por rebeliões em presídios, assaltos a
bancos e ameaças a policiais.
Uma das incursões da polícia ocorreu na Vila Conceição, área
residencial próxima ao Alto do Calhau, há anos um dos focos do tráfico
na capital. No bairro, foram capturados Fábio Bezerra Sousa Cortes,
vulgo Paulista, 33 anos, que já havia sido preso antes com 50 kg de
maconha, no Terminal Rodoviário de São Luís, e continuava traficando.
Também foram para a cadeia Jarisson Sá Almeida, o Senzala, 37 anos, e
Jheyrison Pereira da Silva, vulgo Diego, 20. Os três disseram fazer
parte do “Primeiro Comando do Maranhão” e, pelo farto material
apreendido com eles (revólver calibre 38, 22 cartuchos de espingarda
calibre 12 e 4 kg de maconha), não há dúvida de que seu bando age com
razoável nível de organização.
Em outra incursão, dessa vez na área do Maiobão, a polícia prendeu
Alysson Pedrosa Santos, o Galego, a traficante e ex-presidiária Stefanny
Ribeiro Nunes e Ronecyr Louzeiro Reis, também ex-detenta e com mandado
de prisão em aberto, mulher do traficante Allan Kardec, líder do “Bonde
dos 40”. A facção criminosa age em diversos bairros da capital e não
raro se confronta com quadrilhas rivais. Portanto, é uma das
protagonistas da guerra do tráfico, que está na raiz de vários outros
crimes que tanto aterrorizam a população.
Além de homens do Serviço de Inteligência da PM, participaram da
operação policiais do Choque e dos outros cinco batalhões da corporação
instalados em São Luís. Não poderia ser diferente, uma vez que é preciso
fazer frente aos traficantes de forma implacável e com todos os
recursos disponíveis. Sem uma reação enérgica das forças de segurança,
não será possível conter a ação desses criminosos, muito menos evitar
mais prejuízos aos cidadãos, especialmente à parcela jovem da sociedade.
Na apresentação à imprensa, no auditório da Secretaria de Segurança
Pública, chamou atenção a audácia dos criminosos presos, que, mesmo
diante da polícia, fizeram ameaças diretas aos repórteres presentes. Tal
comportamento confirma o elevado grau de periculosidade desse tipo de
bandido, a quem não cabe outra coisa senão uma longa permanência atrás
das grades. O pior é que essas ações intimidatórias são regra entre
traficantes, habituados à impunidade e aos favores da lei.
Operações policiais como a de ontem devem virar rotina, pois só assim
será possível eliminar o tráfico e toda a onda de crimes a ele
associada. E é provável que a incursões tornem-se cada vez mais
freqüentes, já que a própria cúpula da segurança atribui ao comércio de
drogas a escalada da violência no Maranhão.
Editorial publicado nesta quarta-feira em O Estado do Maranhão
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